segunda-feira, 27 de outubro de 2014

PROMESSAS DE DILMA E SARTORI

PROMESSAS DE DILMA E SARTORI PARA ANOTAR, RECORTAR, FISCALIZAR E COBRAR - Arte publicada em ZERO HORA 27 de outubro de 2014 | N° 17965



UNIÃO DE FORÇAS E UM GOVERNO PARA TODOS

 

ZERO HORA 27 de outubro de 2014 | N° 17965

CARLOS ROLLSING


NOS BRAÇOS DA MASSA

ELEITO COM 3,8 MILHÕES de votos, José Ivo Sartori (PMDB) conquista o Piratini com discurso de conciliação: Qualquer ajuda que vier será recebida de bom grado


Quando entrou pela porta lateral em uma sala do Hotel Embaixador, no centro de Porto Alegre, para conceder a primeira entrevista como governador eleito do Rio Grando do Sul, José Ivo Sartori (PMDB) estava sério. A expressão era sisuda, contrastava com a de alguém que tinha conquistado a vitória. Somente depois de receber cumprimentos e de ouvir a ovação da plateia, esboçou um sorriso.

Nas primeiras palavras, revelou o que seria a explicação para a sua aparente incredulidade diante da vitória sobre Tarso Genro (PT), com 61,21% dos votos válidos.

– Ainda não caiu a ficha – disse.

A manifestação seguiu o tradicional estilo de Sartori: singela, sem arroubos, promessas ou brilhantismos de oratória.

– Queremos fazer um governo simples, honesto e eficiente – resumiu, em meio a demorados agradecimentos aos líderes partidários e aos integrantes da campanha.

O peemedebista fez um aceno em favor da união das forças políticas. Sem entrar em detalhes, afirmou que mudanças precisam ser feitas. E garantiu que vai realizá-las com coragem. Nos bastidores, a renegociação da dívida com a União e a reforma da Previdência são citadas como questões mais urgentes.

– Como teremos dificuldades pela frente, qualquer ajuda que vier vamos aceitar de bom grado. Juntos, teremos condições de fazer essa caminhada – destacou.

A PARTIR DE QUARTA, RETIRO PÓS-ELEITORAL

Informado da reeleição de Dilma Rousseff (PT), Sartori, que apoiou Aécio Neves (PSDB), afirmou que manterá com a petista uma relação republicana, assim como “nos tempos da prefeitura de Caxias”.

O peemedebista afirmou que pretende iniciar a transição com o governo petista a partir da próxima semana. Anúncios para o secretariado, só depois do dia 15 de dezembro. Ele ainda assegurou que Tarso é o governador legítimo até 31 de dezembro. Sartori também comunicou que, a partir de quarta-feira, terá um “sumiço” por alguns dias para descansar. Ele não informou o local nem o tempo do seu retiro.

Entre os aliados, o clima era de euforia. Depois de duas eleições em que sequer foi ao segundo turno, o PMDB conquistou o governo do Estado pela quarta vez, revertendo um processo de encolhimento local do partido.

– Vai vigorar o conceito “meu partido é o Rio Grande”. Hoje, a postura do estadista está longe do partidarismo. Foi isso que o nosso adversário não entendeu – afirmou o ex-prefeito José Fogaça.

Não faltaram críticas ao PT.

– A larga vitória demonstrou que Tarso foi reprovado. O sentimento de mudança foi maior do que promessas requentadas – cutucou o presidente do PP, Celso Bernardi.

A noite de Sartori, que emocionou o senador Pedro Simon com uma homenagem e classificou a sua mãe como “protagonista” da campanha, terminou na Avenida João Pessoa, do alto de um caminhão de som, celebrando com aliados. O gringo vai descer a Serra rumo ao Piratini.

APELO À UNIÃO

 

ZERO HORA 27 de outubro de 2014 | N° 17965


GUILHERME MAZUI RBS BRASÍLIA


NÃO ACREDITO NA DIVISÃO DO PAÍS

APÓS A VITÓRIA APERTADA, Dilma apareceu vestida de branco para o discurso da vitória e disse estar aberta ao diálogo e pronta para fazer as mudanças necessárias


Parecia uma final decidida nos pênaltis. Em silêncio, centenas de petistas aguardavam com os olhos vidrados nos celulares o resultado da corrida presidencial. Às 20h, a ovação: Dilma Rousseff à frente. Bandeiras agitadas, abraços, lágrimas. Porém, não se tratava de vitória matemática, faltavam 6 milhões de votos para apurar. Trinta minutos depois, nova explosão. A primeira mulher a governar o Brasil estava reeleita. Com o novo mandato, o PT completará 16 anos à frente do país.

– Muito obrigada! #Dilmais4­anos – tuitou a presidente.

Foi o primeiro agradecimento de uma vitória suada, após a campanha virulenta, marcada pela queda de um jato com um presidenciável a bordo, a ascensão e queda de Marina Silva e a pancadaria do segundo turno entre Dilma e Aécio Neves (PSDB). A petista venceu com a menor diferença de votos para o segundo lugar desde a redemocratização.

Se em 2010 a petista bateu José Serra por 12 milhões de votos, a diferença para Aécio foi de 3,4 milhões. Reflexo de um país com opinião dividida, inclusive geograficamente: Dilma venceu no Norte e Nordeste, e Aécio, no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Essa divisão provocou trocas de insultos nas redes sociais.

No hotel Royal Tulip em Brasília, palco do primeiro pronunciamento após a vitória, ministros já indicavam, entre abraços e passinhos do xote Coração Valente, a necessidade de buscar, a partir de hoje, uma conciliação nacional, a fim de assegurar um segundo mandato pacífico, tanto no Congresso quanto nas ruas.

– Um governo vencedor é o que unirá o povo – disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

A mesma preocupação já havia sido esboçada pelo ex-presidente Lula após votar em um colégio de São Bernardo do Campo (SP). O petista afirmou acreditar que Dilma terá estabilidade para governar mesmo com um cenário de país dividido provocado pelo embate com os tucanos.

– A gente aprendeu neste país, diferentemente de outros países, que quem ganha leva. Quem ganha governa. Temos países que depois do resultado das eleições ficam oito anos brigando – disse, mencionando a eleição de George W. Bush em seu primeiro mandato nos EUA.

DEPOIS DO VOTO, CARINHO DO NETO


Comemorada em Brasília aos gritos de “tetracampeão”, em alusão ao quarto mandato consecutivo do PT no Planalto, a reeleição foi celebrada na noite de um domingo que se iniciou em Porto Alegre para Dilma.

Na Capital, ela fez um pronunciamento no Hotel Plaza São Rafael e votou na Escola Santos Dumont, acompanhada de Tarso Genro. Foram momentos regados a chimarrão e com críticas aos momentos tensos da disputa.

– Foi uma campanha diferente, cheia de momentos de mudança. Não diria que foi inteiramente uma campanha em que prevaleceu o baixo nível. Houve momentos lamentáveis, com o uso de formas de tratamento indevidas, e acredito que isso foi rejeitado pela população – disse Dilma, ainda em Porto Alegre.

Depois de votar, a petista buscou o abrigo da família. Com a tensão da margem apertada verificada nas pesquisas, ela preferiu o carinho da filha Paula e do neto Gabriel. Os três ficaram juntos em Brasília durante a tarde e o início da noite, reclusos no Alvorada.

Ao longo da tarde, a presidente se limitou a telefonemas para os conselheiros mais próximos, a maior parte confiante na vitória indicada nos levantamentos internos do PT. Existia o temor de que a reportagem da revista Veja, que vincula a presidente e Lula aos desvios na Petrobras, causassem danos irreparáveis à votação.

Os atuais ministros do governo, como Aloizio Mercadante, Miguel Rossetto, José Eduardo Cardozo e Guido Mantega, só começaram a chegar ao Alvorada às 19h. Antes, o cabelereiro Celso Kamura preparou a cliente ilustre para o discurso como presidente reeleita.




sábado, 25 de outubro de 2014

TUDO OU NADA NO ÚLTIMO DEBATE





 ZERO HORA 25 de outubro de 2014 | N° 17963


POLÍTICA + | Rosane de Oliveira



Do início ao fim, Dilma Rousseff e Aécio Neves mantiveram o pé alto no debate na Globo, especialmente nos blocos em que podiam fazer perguntas entre si. Como era previsível, Aécio começou questionando Dilma sobre a reportagem da revista Veja que trata da suposta afirmação do doleiro Alberto Youssef de que Dilma e Lula sabiam do esquema de corrupção na Petrobras. Dilma repetiu o que dissera à tarde na propaganda eleitoral: que é um golpe da revista Veja contra o PT.

O escândalo da Petrobras ficou restrito ao primeiro bloco, mas Aécio voltou ao tema do mensalão, cobrando de Dilma uma manifestação sobre os petistas condenados. Foi a deixa para Dilma resgatar os escândalos que teriam sido engavetados no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Dilma e Aécio foram repetitivos nas perguntas e nas respostas. Reprisaram os embates anteriores, em tom agressivo. Em vários momentos, Dilma se atrapalhou nas respostas e Aécio exibiu o sorriso debochado que foi alvo de críticas de especialistas em marketing em debates anteriores.

O debate cresceu quando as perguntas foram feitas por eleitores indecisos. Da plateia vieram perguntas sobre moradia, saneamento, sustentabilidade da Previdência diante do crescimento do número de aposentados e do aumento da expectativa de vida. Também foi uma indecisa quem perguntou sobre educação (antes, Dilma só tinha questionado Aécio sobre escolas técnicas).

Quem assistiu ao debate saiu com a impressão de que Aécio e Dilma falavam de países diferentes quando se referiam ao Brasil. Aécio traçou um quadro de terra arrasada, com baixo crescimento, inflação em alta, corrupção e obras inacabadas. Dilma falou do Brasil como um país que saiu do mapa da fome, ostenta níveis de emprego invejáveis, qualifica trabalhadores e investe em moradia.

Nem inferno, nem paraíso. O Brasil real tem problemas e tem avanços. Os candidatos parecem viver em outro mundo.


NAS CASAS DE APOSTAS

A disputa presidencial também está nas casas de apostas e tem Dilma Rousseff como favorita. Em uma delas, a vitória de Aécio Neves, que tinha cotação de 1.80 (a cada real colocado, o apostador ganharia R$ 0,80) na semana passada, agora paga 2.90 (equivale a R$ 1,90 a cada um real investido). Já quem apostar em Dilma ganharia, hoje, bem menos dinheiro. A cotação é de 1.30. Ou seja, a cada um real apostado, ganharia R$ 0,30.

AÉCIO X DILMA, O QUE É VERDADE NO DEBATE

ZH  25/10/2014 | 03h01

Disputa pelo Planalto. Veja se o que Aécio e Dilma disseram no debate é verdade. ZH conferiu, com base em dados e estatísticas oficiais, declarações dos candidatos no último duelo antes da eleição


por Débora Ely e Marcelo Gonzatto




Foto: Editoria de arte


Os candidatos à presidência Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) duelaram, na noite de sexta-feira, no último debate antes do segundo turno das eleições.

Durante e depois do programa organizado pela Rede Globo e transmitido pela RBS TV, Zero Hora conferiu as declarações feitas pelos dois concorrentes. A reportagem faz parte da série É Isso Mesmo?, lançada por ZH em 1º de setembro com a intenção de confrontar declarações dos candidatos ao Palácio do Planalto com dados oficiais.

Aécio e Dilma trocam farpas no último debate
Veja os melhores memes e tuítes sobre o debate

AÉCIO NEVES



"Temos uma taxa de investimentos de 16% do PIB, a pior da década."


O percentual citado pelo senador está arredondado, mas muito próximo do real. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), "a taxa de investimento no segundo trimestre de 2014 foi de 16,5% do PIB, inferior à taxa observada em igual período do ano anterior (18,1%)".

Conforme reportagem da Agência Brasil e as informações do IBGE, foi o pior resultado para o segundo trimestre desde 2006, quando ficou em 16,4% do PIB. Assim, a taxa atual é a mais baixa desta década _ desde que se entenda a década como o período iniciado em 2011, e não os últimos 10 anos.

"Quem derrubou o fim do fator previdenciário foi o Lula, porque vetou projeto que acabava com ele."
O site do Senado informa: "A medida (fator previdenciário), que está em vigor, foi, no entanto, derrubada no Senado por projeto de lei (PLS 296/03) de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), aprovado em abril de 2008, que tramita na Câmara dos Deputados. Foi também extinta pelo Projeto de Lei de Conversão (PLV) 2/10, aprovado pela Câmara e o Senado em maio de 2010, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou essa parte do projeto, mantendo, portanto, o Fator Previdenciário."

"Eu governei Minas Gerais e levei (o Estado) a ter a melhor Educação Fundamental do Brasil."
Aécio Neves foi governador de Minas Gerais entre 2003 e 2010. Um dos indicadores mais abrangentes utilizados para avaliar a educação no país é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que leva em conta o desempenho dos alunos em exames padronizados e taxas de aprovação.

Segundo o Ideb de 2009 (ele é calculado a cada dois anos), Minas Gerais ocupava o primeiro lugar do ranking nacional de todos os sistemas de ensino nas séries iniciais (até a 4ª série/5º ano), com média de 5,6, ao lado do Distrito Federal. Quando se analisam as séries finais (até 8ª série/9º ano), porém, Minas cai para a terceira posição com nota 4,3. São Paulo e Santa Catarina ficam em primeiro, com 4,5, e o Distrito Federal aparece em segundo, com 4,4.

Levando-se em conta apenas a rede estadual, Minas também ficou em primeiro nas séries iniciais, e na terceira posição nas séries finais do Ensino Fundamental em 2009.

"A (ferrovia) Transnordestina, orçada em R$ 4 bilhões, já gastou R$ 8 bilhões e não se sabe quando vai acabar..."

A construção de 1,7 mil quilômetros de ferrovias interligando os Estados do Piauí, Ceará e Pernambuco foi inicialmente orçada em R$ 4,5 bilhões, e a última estimativa oficial apresentada no 10º balanço do Programa de Aceleração do Crescimento prevê um gasto final de R$ 7,5 bilhões, em vez de R$ 8 bilhões. Embora os valores não estejam tão distantes daqueles citados pelo candidato, representam uma variação de 67%, e não de 100%, como sugeriu Aécio.

Segundo o Ministério do Planejamento, a diferença entre a estimativa inicial e a atual (67%) é inferior à variação do Índice Nacional da Construção Civil entre 2007 e 2014 (72,95%). A data prevista de conclusão é 2016, mas a obra já sofreu sucessivos atrasos.

"Hoje, 52% dos domicílios brasileiros não têm esgotamento sanitário adequado."

O Brasil ainda tem um elevado índice de moradias sem esgotamento sanitário apropriado, o que resulta em problemas de saúde, mas os dados oficiais mais recentes não confirmam o percentual exato citado pelo candidato.

Conforme o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 44,55% dos domicílios não tinham esgotamento sanitário adequado (nenhum tipo ou dependendo de valas, rios, entre outros métodos), e 55,45% contavam com coleta por rede geral. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a proporção de casas ligadas a redes coletoras chegou a 58% em 2013 _ mas ainda longe do ideal.

DILMA ROUSSEFF



"Nos últimos 10 anos, nós mantivemos a inflação dentro dos limites da meta. Quem não mantinha a inflação dentro dos limites, era o governo Fernando Henrique."
Quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deixou a Presidência da República, em 2002, a inflação estava em 12,53%, acima da meta de 3,5% com limite de até 5,5%. No primeiro ano do governo Lula (PT), a inflação de 9,3% se manteve acima da meta ajustada, de 8,5%. Desde 2004, a inflação do país ficou dentro do limite da meta. Neste ano, apesar de o índice estar em 6,75% no período de 12 meses encerrado em setembro (outubro de 2013 a setembro de 2014), a expectativa do mercado financeiro é que 2014 feche com inflação bastante próxima de 6,5% — no teto da meta.



"Nós temos uma taxa de desemprego de 4,9%".


De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil caiu de 5% em agosto para 4,9% em setembro na seis regiões metropolitanas avaliadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME). É o menor patamar para o mês em toda a séria histórica, que começou em 2002.

"O senhor concorda com seu candidato a ministro da Fazenda (Armínio Fraga) de que o salário mínimo está alto demais?"


Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo em abril deste ano, o ex-ministro da Fazenda Armínio Fraga disse que "o salário mínimo cresceu muito ao longo dos anos" e que "mesmo as grandes lideranças sindicais reconhecem que, não apenas o salário mínimo, mas o salário em geral, precisa guardar alguma proporção com a produtividade". Porém, após acusação de Dilma de que o coordenador econômico da campanha de Aécio quer "diminuir" o salário mínimo, Fraga disse que a presidente está "mal informada".

— Defendo que qualquer política econômica digna do nome tem que ter por objetivo aumentar o salário e a renda das pessoas, especialmente os mais pobres, que se beneficiam de aumentos reais no salário mínimo — defendeu em entrevista ao portal Terra.

Em nota, o nomeado ministro da Fazenda por Aécio ainda afirmou que "há muito espaço para os salários crescerem", mas que, para isso, "a economia precisa crescer, o que não vem ocorrendo".



"Vocês, em oito anos, fizeram 11 escolas técnicas federais. Nós, candidato, fizemos 422: o Lula, 214, e eu, 208. O meu número é só 1.608% maior do que vocês fizeram em oito anos".


Em 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, o Brasil possuía 140 campi de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), conforme dados do Ministério da Educação. Entre 2003 e 2010, no governo Lula, foram feitos 214 campi, chegando a 354. Porém, entre 2011 e 2014, a expectativa do governo é de instalar 208 institutos, totalizando 422. Segundo os dados do próprio ministério divulgados em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, 193 unidades estão em funcionamento — 15 a menos do que a promessa da presidente.



"O senhor conseguiu transformar Minas Gerais no segundo Estado mais endividado do Brasil".


Em 2010, último ano do governo Aécio em Minas Gerais, a dívida do Estado mineiro com o Tesouro Nacional e os bancos brasileiros chegou a R$ 63,3 bilhões — de fato, a segunda maior entre todos os Estados brasileiros, atrás apenas de São Paulo, que somava R$ 170,6 bilhões. Porém, antes de o tucano assumir o cargo, Minas Gerais já aparecia na segunda colocação. Em 2002, no final do governo de Itamar Franco, a dívida do Estado mineiro era de R$ 32,9 bilhões — atrás apenas de São Paulo, que chegava a R$ 104,4 bilhões. Critérios de classificação

É verdade: a informação está correta e corresponde aos dados e estatísticas oficiais
Não é bem assim: parte da sentença está correta, mas há imprecisão no que está sendo dito
Não procede: o concorrente está equivocado no que diz

AÉCIO X DILMA, PROVOCAÇÕES E ATAQUES NO ÚLTIMO DEBATE

 

ZH 25 de outubro de 2014 | N° 17963

JULIANA BUBLITZ


ELEIÇÕES 2014.  TOM OFENSIVO


AÉCIO NEVES e DILMA ROUSSEFF partiram para as críticas mútuas logo no primeiro bloco do duelo da TV Globo. Por uma hora e 50 minutos, os candidatos discutiram temas como corrupção, educação, desemprego e habitação


Diante de milhões de espectadores, os candidatos à Presidência travaram ontem, nos estúdios da TV Globo, no Rio, o último e decisivo confronto. Frente a frente, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) dividiram o palco em forma de arena e partiram para o tudo ou nada. Voltaram a se atacar, com tiradas irônicas e lapsos de nervosismo.

Quando posaram para fotógrafos antes do início do programa, ambos trocaram cumprimentos constrangidos. Repetiram o gesto a pedido dos profissionais sem convicção. E foi só. Mal se olharam.

Nem a presença de 70 eleitores indecisos, selecionados pelo Ibope para fazer perguntas, amenizou o clima de tensão. O tom agressivo ficou claro já na primeira questão, elaborada pelo tucano.

Aécio afirmou que a atual campanha entrará para a história “como a mais sórdida” e acusou o PT de atacá-lo. Depois, citou a revista Veja desta semana, que traz uma reportagem com declarações atribuídas ao doleiro Alberto Youssef contra Dilma e o ex-presidente Lula.

Visivelmente irritada, a petista rebateu. Acusou a publicação de fazer oposição sistemática a seu governo e afirmou ser vítima de uma tentativa de “golpe eleitoral”.

A corrupção voltou ao centro da discussão em vários outros momentos, em diferentes perguntas. Um ocorreu quando a assistente de compras Adriana Pereira dos Santos, 40 anos, quis saber o que os concorrentes planejam para acabar com os desvios de verbas públicas.

Caminhando pelo cenário, Dilma reconheceu que “a lei é branda”. Enumerou cinco medidas de combate à impunidade que pretende adotar se for reeleita. Na réplica, Aécio criticou a rival por não ter colocado as ações em prática antes e concluiu sua fala com uma frase que arrancou aplausos dos apoiadores – e protestos do mediador William Bonner.

– Adriana, existe uma medida para acabar com a corrupção: vamos tirar o PT do governo – afirmou o mineiro, virando as costas para Dilma.

Dilma também provocou aplausos dos apoiadores ao responder a uma eleitora:

– Vi, em uma reportagem da Globonews, que todas as pessoas que participaram do debate de 2010 disseram que melhoraram de vida. Quero que, com vocês aqui, eleitores indecisos, ocorra a mesma coisa. Que, no fim de 2018, cheguem aqui e digam que melhoraram de vida se eu for eleita. Eu ficarei muito feliz.

OLHAR ESTRANGEIRO

Cerca de 130 jornalistas de 74 veículos de comunicação foram credenciados para o debate. Entre os estrangeiros, correspondentes do canal alemão Deutsche Welle, da TV estatal chinesa e da Agência France Press.

O ADEUS À CAMPANHA

Nas considerações finais, o tucano mais uma vez citou o avô, o presidente eleito Tancredo Neves, que não assumiu porque morreu antes:

– Se eu merecer o seu voto, subirei a rampa do Palácio do Planalto com a mesma força que meu avô nos conduziu à democracia.

A candidata à reeeleição, Dilma Rousseff (PT), fez um apelo à continuidade:

– Nós que lutamos tanto para melhorar de vida, não vamos permitir que nada nem ninguém tire de você o que você conquistou. Não vamos permitir que isso volte atrás.

TUCANO COBRA EXPLICAÇÕES SOBRE CASO PETROBRAS

Aécio citou denúncia publicada pela revista Veja de que o doleiro Alberto Youssef teria dito que Dilma e o ex-presidente Lula teriam conhecimento do esquema de desvio de recursos da Petrobras. Após criticar a “campanha sórdida” do PT, o tucano disse que daria oportunidade a Dilma de explicar a situação.

A candidata afirmou que a propaganda dos adversários tem sido “extremamente agressiva” e classificou a reportagem como “calúnia e difamação”.

– A Veja não apresenta nenhuma prova. Apresento aqui minha inteira indignação – afirmou Dilma, que acusou a revista de praticar “golpe eleitoral” contra o PT nas eleições de 2002, 2006, 2010 e neste ano. A petista disse ainda que irá à Justiça contra a revista.

Em seguida, Aécio citou outra reportagem, da revista IstoÉ, abordando a “campanha da mentira”:

– Hoje, aqui no Rio, na sede do seu partido, foram apreendidos boletins apócrifos contra minha candidatura. No Nordeste, carros de som estão circulando dizendo que, se o eleitor votar no 45, será desligado automaticamente do Bolsa Família. A senhora se orgulha de uma campanha nesse nível?

Dilma respondeu que jamais perseguiu a imprensa, mas alegou que Aécio citou duas revistas “que sabemos para quem fazem campanha” e a acusação deve “desaparecer a partir de segunda-feira”, afirmando que as denúncias teriam fim eleitoreiro.

DILMA DIZ QUE PROGRAMA HABITACIONAL ESTÁ EM RISCO

Perguntado sobre suas intenções em relação ao programa Minha Casa Minha Vida, Aécio usou seu espaço para “mais uma vez, denunciar o terrorismo que o PT vem fazendo”:

– Pessoas que estão na lista do Minha Casa Minha Vida estão recebendo mensagens dizendo que sairão do cadastro se votarem no PSDB. Não é verdade. Quero tranquilizar a todos brasileiros. Não vamos apenas manter o programa, vamos aprimorá-lo.

Dilma afirmou que Aécio “não conhece direito o programa” e ressaltou que o adversário falou que os bancos públicos “seriam redefinidos”:

– Agora, o senhor vem aqui, e quer que as pessoas acreditem que vocês vão manter os subsídios (ao Minha Casa Minha Vida). Não acredito nisso.

RIVAIS DIVERGEM SOBRE EMPREGO E CRESCIMENTO

Os candidatos discordaram sobre a eficiência dos governos de PSDB e PT para criação de empregos e valorização dos trabalhadores. Dilma questionou Aécio em relação a uma afirmação de Armínio Fraga, ministro da Fazenda em um eventual governo tucano, de que “o salário mínimo está alto demais”.

– Não é justo colocar palavras na boca de quem não está aqui para respondê-las. Tenho orgulho do meu candidato a ministro da Fazenda. A senhora parece que não tem do seu, até porque já demitiu o atual – provocou Aécio.

O tucano criticou o baixo crescimento do Brasil e afirmou que o governo petista fracassou na condução da economia, com inflação fora de controle.

A candidata afirmou que o PSDB entregou o governo com inflação mais alta, enquanto a gestão petista aumentou o salário mínimo em 71%.

Aécio contestou a afirmação de Dilma sobre a inflação no governo FH, e afirmou que o Plano Real foi o responsável pelo controle da inflação.

PRESIDENTE DEFENDE FINANCIAMENTO A CUBA

O financiamento federal para a construção do porto de Mariel, em Cuba, foi munição para Aécio criticar o desempenho do governo na gerência de infraestrutura nacional. O senador questionou o gasto e o caráter secreto do investimento, perguntando “o que governo tem a esconder”.

Dilma rebateu questionando gastos de publicidade que Aécio teria autorizado, como governador de Minas Gerais, em rádios e jornais de sua família. A petista afirmou ainda que o governo de FH também financiou empresas para exportar e inserir produtos na Venezuela e em Cuba.

Aécio citou um documento do Ministério do Desenvolvimento, segundo o qual o prazo para o financiamento em Cuba teria sido de 25 anos, fora do período normal para outros países (12 anos), com garantias em pesos cubanos em banco daquele país.

– É justo com o dinheiro brasileiro fazer favores a um país amigo que não respeita sequer a democracia, candidata? – questionou Aécio.

Dilma rebateu dizendo que o financiamento gera empregos para brasileiros e lembrou que foi o BNDES que financiou a construtora Odebrecht pela reforma do porto:

– Financiamos empresa brasileira, que gerou empregos no Brasil. Com R$ 800 milhões contratados, geramos quase 156 mil empregos.

FALTA DE ÁGUA EM SÃO PAULO PROVOCA TROCA DE ACUSAÇÕES

A crise no abastecimento de água em São Paulo foi citada por Dilma para questionar a “falta de planejamento” do governo do PSDB.

– Certamente que houve (falta de planejamento), candidata. E, segundo o TCU, do seu governo. Porque o TCU aciona órgãos do seu governo – rebateu Aécio, para em seguida afirmar que a crise de abastecimento ocorre em todo o Sudeste, por falta de chuva.

O tucano ressaltou a iniciativa do governo paulista de conceder um bônus para os consumidores que economizarem água.

– Não planejar, no Estado mais rico do país, é uma vergonha. Os Estados do Nordeste estão enfrentando a mesma seca. Em nenhum deles se encontra um quadro com a mesma gravidade – afirmou Dilma.

AÉCIO JUSTIFICA CRIAÇÃO DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

Os candidatos discutiram também o futuro do fator previdenciário (instrumento que retarda aposentadorias). O tema surgiu com a pergunta da eleitora Carla de Fátima Ferreira Nunes, 40 anos, sobre a existência de um projeto para garantir o pagamento das aposentadorias quando o país atingir um número maior de idosos do que de contribuintes.

Aécio afirmou que “o Brasil não tem hoje serviços e nem mesmo a proteção necessária aos idosos”. O tucano propôs transformar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Instituto da Cidadania e prometeu revisar as regras para aposentadoria.

– Vamos rever o fator previdenciário, para que ele não puna, como vem punindo, a renda dos aposentados – afirmou o tucano, que citou como medida a inclusão da cesta de medicamentos no cálculo da aposentadoria.

Dilma rebateu afirmando que o fator previdenciário foi criado pelos tucanos e ressaltou ser necessário abrir o diálogo com as centrais sindicais:

– Acredito que um acordo é possível para resolver a questão, criada pelo governo do PSDB.

Aécio argumentou que o fator foi criado em um momento de “aguda crise da Previdência”, mas que a medida foi derrubada no Congresso e só continuou a valer em razão do veto do então presidente Lula.

MODELO DE REFORMA POLÍTICA NÃO TEM CONSENSO

Aécio afirmou que defende a reforma política e reiterou ser contrário à possibilidade de reeleição. Por fim, comentou o fato de, segundo o jornal Folha de S.Paulo, Dilma ter ido ao Palácio do Planalto apenas duas vezes nos últimos 35 dias.

– Quem está governando o Brasil, candidata? – ironizou o tucano.

Na resposta, a petista garantiu que governa o Brasil “sistematica e diuturnamente”:

– A questão da reforma política não é a reeleição. Se o senhor está interessado em combater a corrupção de fato, a questão mais séria é o fim do financiamento empresarial das campanhas. Com o fim do financiamento empresarial, acabaremos com a influência do poder econômico nas eleições.

SHOW DE SELFIES

Políticos, assessores e outras personalidades que chegavam ao estúdio da TV Globo podiam tirar uma selfie, acompanhada de uma mensagem. Dilma escreveu: “Boa sorte para os brasileiros”. Aécio escreveu: “Até domingo dia da vitória do Brasil!”.

Rio de Janeiro 


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

PROPOSTAS DE AÉCIO E DILMA



ZERO HORA 17/10/2014 | 17h27

Conheça as propostas de Aécio e Dilma. ZH apresenta as ideias dos candidatos à Presidência da República. Os projetos de Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) para temas como saúde, educação, economia, segurança e outros seis assunto estão sintetizados nesse material, cujo intuito é contribuir com a sua decisão. 



SAÚDE

Aécio Neves - PSDB
  • Aumento dos investimentos em saúde para 10% do orçamento
  • Criação de 500 Centros Especiais de Saúde com médicos especializados
  • Melhorias no programa Mais Médicos com o fortalecimento da carreira dos profissionais brasileiros para incentivá-los a atuar no interior do país
Dilma - PT
  • Expansão do Programa Mais Médicos
  • Ampliação da rede de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) destinadas ao atendimento de emergências de baixa e média gravidade
  • Melhoria no atendimento e aumento da rede de saúde com uma rediscussão federativa que terá o poder de evitar superposição de investimentos e de planejar a distribuição dos serviços de saúde públicos

EDUCAÇÃO


Aécio Neves - PSDB
  • Melhoria da educação pública com aumento do investimento na área para 7% do PIB até 2019
  • Aumento de vagas na pré-escola e no Ensino Médio diurno
  • Criação do ProMédio, que funcionaria como um ProUni do Ensino Médio, concedendo bolsas de estudo para alunos carentes em escolas privadas
Dilma - PT
  • Universalização da Educação Infantil de 4 a 5 anos até 2016
  • Ampliação da rede de educação em tempo integral para que atinja até 20% da rede pública até 2018
  • Disponibilização gradativa de 75% dos royalties do petróleo e 50% dos excedentes em óleo do pré-sal para o setor

AMBIENTE


Aécio Neves - PSDB
  • Resgate do papel de pesquisa da Embrapa nos biomas brasileiros e a criação de plataformas de pesquisa
  • Ampliação da participação da energia solar e da energia eólica na matriz energética brasileira
  • Estímulo à produção de bens e produtos com menor impacto socioambiental, de forma a torná-los acessíveis a todas as pessoas, independente do poder aquisitivo
Dilma - PT
  • Aprofundamento do processo de modernização do licenciamento ambiental com a regulamentação da Lei Complementar 140, que estabelece cooperação entre municípios, Estados e União para proteção ao meio ambiente e combate à poluição
  • Manutenção do compromisso de redução de emissão, com o combate do desmatamento, em especial da Amazônia
  • Aceleração da implementação do Cadastro Ambiental Rural (peça do novo Código Florestal)


SEGURANÇA


Aécio Neves - PSDB
  • Disponibilização de recursos para contratação de funcionários pelos governos estaduais para que realizem trabalho burocrático, o que deve levar 50 mil policiais que hoje desempenham funções administrativas de volta às ruas
  • Reforma do Código Penal com penas maiores para jovens de 16 a 18 anos que cometerem crimes gravíssimos, como homicídio qualificado e estupro
  • Política nacional por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública que abarca a proteção das fronteiras contra a entrada de drogas e armas através do aumento do efetivo da Polícia Federal e parceria com as Forças Armadas
Dilma - PT
  • Ampliação da presença do Estado em territórios vulneráveis por meio do incentivo à adesão dos Estados ao Programa Brasil Seguro e ao Programa Crack, é Possível Vencer
  • Criação da Academia Nacional de Segurança Pública para formação conjunta das polícias
  • Fortalecimento das ações de combate às organizações criminosas, à lavagem de dinheiro e às ações de controle das fronteiras

INFRAESTRUTURA


Aécio Neves - PSDB
  • Criação do Ministério da Infraestrutura para comando dos setores de transporte, energia, comunicação e portos
  • Investimentos em rodovias, ferrovias e hidrovias com aumento da taxa de investimento para 24% do PIB
  • Resgate do programa do etanol e incentivo a parcerias da Petrobras com empresas médias para a exploração de gás
Dilma - PT
  • Prioridade aos modais ferroviários, hidroviários e à navegação de cabotagem para reduzir gargalos e implantar novas redes logísticas para escoamento de produção e circulação de pessoas
  • Continuidade ao processo de modernização e ampliação da capacidade das rodovias, portos e aeroportos
  • Continuidade ao processo de expansão do parque gerador e transmissor, de forma a manter a qualidade da matriz energética, baseada em hidroelétricas e termoelétricas

ECONOMIA


Aécio Neves - PSDB
  • Política fiscal transparente e livre flutuação da taxa de câmbio
  • Criação de secretaria extraordinária para elaboração de projeto de simplificação do sistema tributário
  • Correção da tabela do Imposto de Renda para assegurar isenção a uma faixa maior de assalariados
Dilma - PT
  • Fortalecimento de política macroeconômica sólida, intransigente no combate à inflação e que proporcione um crescimento econômico e social sustentável

PREVIDÊNCIA



Aécio Neves - PSDB
  • Enfrentamento do déficit da previdência pelo incremento sustentado na atividade econômica
  • Introdução de ações que visem a diminuição da informalidade da economia para que novos contribuintes entrem no sistema, aumentando a receita de contribuições previdenciárias
  • Substituição do fator previdenciário por outro mecanismo que puna menos os aposentados
Dilma - PT
  • (não há propostas sobre o tema Previdência no programa de governo da candidata)

SANEAMENTO

Aécio Neves - PSDB
  • Desburocratização da aplicação anual de recursos, garantindo agilidade nas fontes tradicionais de crédito e aplicações diretas do governo federal
  • Desoneração de PIS e COFINS para empresas prestadoras de serviço público de saneamento para investimentos no setor
  • Estímulo à modernização da gestão dos prestadores dos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos
Dilma - PT
  • Seguimento à universalização do saneamento básico, com destaque para a universalização do abastecimento da água tratada e a expansão do esgotamento sanitário e do seu tratamento

AGRICULTURA


Aécio Neves - PSDB
  • Criação do Superministério da Agricultura, com estratégias definidas pelo presidente da República e incorporação da Secretaria Especial da Pesca
  • Ampliação da cobertura do seguro rural para cerca de 60% da área plantada
  • Aumento da capacidade de armazenagem em mais 50 milhões de toneladas nos próximos quatro anos
Dilma - PT
  • (não há propostas sobre o tema Agricultura no programa de governo da candidata)


PROGRAMAS SOCIAIS


Aécio Neves - PSDB
  • Manutenção do Bolsa Família com o projeto de torná-lo programa de Estado
  • Elaboração do Programa Família Brasileira com classificação de famílias em risco social para enfrentar às privações
  • Criação do Programa DignaIdade, com foco a benefícios e a qualidade de vida de idosos, como o aumento das aposentadorias com base na variação do preço dos remédios
Dilma - PT
  • Continuidade à inclusão de famílias mais pobres em programas sociais
  • Continuidade ao Bolsa Atleta, auxílio financeiro que permite a jovens atletas se dedicarem com afinco à sua formação e aprimoramento técnico

 

 


PROPOSTAS DE SARTORI E TARSO



ZERO HORA 17/10/2014 | 17h27

Conheça as propostas de Sartori e Tarso. ZH apresenta as ideias dos candidatos ao Governo do Estado



 SAÚDE

José Ivo Sartori - PMDB
  • Regionalização do atendimento de média e alta complexidade
  • Dinamizar a implantação das ações do Programa Saúde da Família
  • Estimular a modernização dos equipamentos hospitalares e os recursos humanos de hospitais já existentes em regiões que se encontrem mais afastadas dos centros médicos
Tarso Genro - PT
  • Ampliar a cobertura do Samu para 100% do Estado
  • Instituir o Saúde Acolhedora, que vai encaminhar pacientes de forma ágil, reduzindo as filas no serviço de atenção básico
  • Manter a aplicação de 12% da Receita Tributária Líquida em saúde

 EDUCAÇÃO

José Ivo Sartori - PMDB
  • Melhorar a qualidade da educação fundamental, com ações de valorização e qualificação dos professores, melhoria das condições das escolas e incentivo à participação dos pais
  • Valorizar e introduzir o ensino de línguas nas escolas (inglês, espanhol, alemão e italiano)
  • Promover a reforma do Ensino Médio, contemplando a diversificação curricular
Tarso Genro - PT
  • Instituir o Pró Médio, que vai oferecer bolsas para alunos carentes permanecerem na escola
  • Garantir a aplicação dos recursos do pré-sal na valorização da educação e no pagamento do Piso Salarial Nacional do Magistério
  • Aprofundar a reforma do Ensino Médio e diminuir a reprovação em três pontos percentuais e a evasão em 4% até 2018

AMBIENTE


José Ivo Sartori - PMDB
  • Agilizar os processos de licenciamento ambiental
  • Fortalecer os Comitês de Bacia Hidrográfica e fomentar a implantação as Agências de Bacia para garantir a aplicação da Lei dos Recursos Hídricos
  • Fortalecer e reestrurar o CONSEMA
Tarso Genro - PT
  • Dar continuidade à efetivação do licenciamento ambiental informatizado com padronização de procedimentos, transparência e agilidade
  • Consolidação da Política Nacional de Resíduos Sólidos com erradicação de lixões e reaproveitamento de resíduos
  • Concluir o Zoneamento Ecológico-Econômico que vai permitir desenvolver o Rio Grande do Sul com sustentabilidade

 SEGURANÇA

José Ivo Sartori - PMDB
  • Aumentar o efetivo da Brigada Militar e reforçar as ações de policiamento ostensivo
  • Aumentar o número de vagas para apenados, reformando unidades prisionais existentes e construindo novos presídios
  • Investir em inteligência policial e na investigação científica dos fatos delituosos
Tarso Genro - PT
  • Criar as Áreas Integradas de Segurança Pública, que vão articular ações de todos os órgãos da segurança nas regiões do Estado
  • Concluir a desocupação do Presídio Central e construir presídios-escola para até 500 apenados
  • Manter a política de valorização dos servidores e de ingresso permanente de profissionais no setor mediante concurso público

INFRAESTRUTURA


José Ivo Sartori - PMDB
  • Reestruturar e modernizar o DAER
  • Implementar o Programa Estadual de Logística e Transporte, atualizando os estudos e as propostas contidas no RUMOS 2015
  • Direcionar a receita da EGR exclusivamente à execução de suas atividades fins
Tarso Genro - PT
  • Investir R$ 3 bilhões através do Plano Estadual de Logística e Transporte (PELT), que serão financiados a partir da renegociação da dívida pública lograda pelo atual governo
  • Ampliar investimentos da Empresa Gaúcha de Rodovias, mantendo tarifas acessíveis e oportunizando obras como a conclusão da RS-118, duplicações e ligações regionais
  • Apoiar a expansão da energia eólica no Estado e continuar o processo de reestruturação e da política de energia elétrica para o meio rural

FINANÇAS

 
José Ivo Sartori - PMDB
  • Renegociar a dívida estadual nos termos propostos por Eduardo Campos e Marina Silva e, agora, endossados por Aécio Neves
  • Melhorar a eficiência e eficácia do gasto público
  • Canalizar os financiamentos internacionais para suas áreas fins, em especial a infraestrutura e a melhoria social
Tarso Genro - PT
  • Após a aprovação da reestruturação da dívida pública do Estado, estabelecer nova negociação para reduzir as parcelas mensais do pagamento
  • Manter a valorização do Salário Mínimo Regional
  • Consolidar o Sistema Financeiro Estadual (Banrisul, Badesul e BRDE) com avanço na coordenação de atividades voltadas ao financiamento do investimento e desenvolvimento de novas modalidades, com destaque para fundos de participação

DESENVOLVIMENTO

 
José Ivo Sartori - PMDB
  • Articular a formação de PPP’s e de programas de concessão para atender às necessidades de melhoria da logística e dos diversos modais de transporte
  • Modernizar e diversificar a base produtiva do Estado mediante uma política ativa de atração de investimentos
  • Apoio à política de desenvolvimento tecnológico e ao empreendedorismo nos setores da nova economia
Tarso Genro - PT
  • Instituir o programa Empresa Aqui para atrair empreendimentos para municípios através da melhoria de infraestrutura e da criação e qualificação de distritos industriais
  • Ampliar o Novo Fundopem e a Sala do Investidor para garantir a continuidade do programa de atração de investimentos privados para o Estado
  • Ampliar o programa de Microcrédito instituindo uma linha de crédito subsidiado específica para jovens empreendedores

 SANEAMENTO


José Ivo Sartori - PMDB
  • Priorizar os investimentos em esgotamento sanitário e concluir as obras que já obtiveram financiamento pelo PAC e que ainda não foram executadas
  • Tornar a CORSAN uma companhia autossustentável financeiramente
  • Melhorar a prestação dos serviços da CORSAN e adequá-los às necessidades dos municípios com quem é conveniada
Tarso Genro - PT
  • Fortalecer a Corsan como empresa pública para universalização dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto
  • Ampliar a cobertura de esgotamento sanitário para 60% até 2018
  • Criar mecanismos para subsidiar as ligações de esgoto para domicílios com renda até três salários mínimos

AGRICULTURA


José Ivo Sartori - PMDB
  • Estimular o uso da agricultura irrigada, para aumentar a produtividade e evitar quebra de safras
  • Promover a modernização de processos e o incremento da produtividade dos estabelecimentos dedicados à pecuária bovina
  • Melhorar a logística e o transporte da área de produção até o mercado consumidor, para dar maior competitividade aos nossos produtos primários e melhorar a renda do produtor
Tarso Genro - PT
  • Instituir o programa Alimentos Premium, que vai incentivar a agregação de valor na produção agropecuária gaúcha e prosseguir com o Sabor Gaúcho
  • Manutenção do Plano Safra regional, o único do Brasil, e o programa Mais Água, Mais Renda, de irrigação, que estão permitindo ampliar a quantidade e a qualidade dos produtos provenientes do campo
  • Fortalecer a diversificação produtiva e as cadeias agroindustriais tradicionais, buscando maior competitividade nos mercados interno

PROGRAMAS SOCIAIS


José Ivo Sartori - PMDB
  • Incentivar a adoção, em todos os municípios, do programa Troca Solidária, que viabiliza a troca de alimentos adquiridos diretamente dos produtores por lixo reciclável
  • Estruturação de políticas de acesso ao jovem ao mercado de trabalho
  • Criar o programa Jovem no Campo
Tarso Genro - PT
  • Ampliar programas sociais de distribuição de renda como o RS Mais Igual, garantindo a continuidade das ações de enfrentamento à pobreza extrema
  • Ampliar o programa Passe Livre nas regiões metropolitanas do estado, que oferece transporte gratuito para estudantes que morem em uma cidade e vivam em outra
  • Aprofundar as ações de erradicação da pobreza extrema no meio rural, com projetos de inclusão social e produtiva

FINANÇAS PÚBLICAS DOMINARAM O DEBATE ENTRE SARTORI E TARSO NA RBS

ZERO HORA 23/10/2014 | 23h44

Cautela marca o último debate entre Sartori e Tarso. Finanças públicas dominaram as discussões no duelo na RBS TV

Foto: Marcelo Olveira / Agencia RBS

A três dias do segundo turno da eleição ao governo do Estado, o último debate entre Tarso Genro (PT) e José Ivo Sartori (PMDB), realizado na quinta-feira à noite, nos estúdios da RBS TV, em Porto Alegre, praticamente repetiu o roteiro dos embates das últimas semanas. Nos cerca de 50 minutos do programa, novamente as propostas de políticas públicas dividiram espaço com provocações e acusações entre os candidatos. O principal tema das discussões foi a renegociação da dívida do Estado, mas pontos como segurança e corrupção também foram bastante explorados – sempre com cautela e sem provocações pessoais.

No primeiro bloco, Tarso voltou a afirmar que o adversário não tem propostas claras para o governo. Segundo ele, Sartori defende a redução dos gastos governamentais, mas “até agora não conseguiu explicitar as despesas que vai cortar”. Disse ainda que a estratégia de combate à dívida do adversário é “recessiva, de arrocho salarial (para o funcionalismo público) e de redução de investimentos” em áreas essenciais.

O peemedebista defendeu-se dizendo não ter elementos suficientes sobre a atual situação financeira do Estado, afirmando que “existe uma ‘caixa-preta’ que será aberta se ganharmos a eleição”. Segundo Sartori, embora tenha atuado em vários ministérios durante os governos federais petistas, Tarso não atuou para tentar renegociar a dívida do Estado com a União e “endividou o Estado muito mais do que os outros governadores”.

No segundo bloco, o clima esquentou, quando Sartori, ao responder sobre suas políticas de combate à corrupção, questionou o petista sobre como se sentia “o ver antigos companheiros do PT presos por desviarem recursos públicos”. O candidato à reeleição devolveu a provocação, afirmando que se sentia “da mesma forma que o senhor em relação aos seus colegas” presos por irregularidades no governo do Estado.

Também no segundo bloco, Sartori tentou explicar o vídeo, de uma entrevista concedida ao portal Terra, no qual faz uma brincadeira sobre o piso dos professores. Segundo Sartori, o comentário que fez na entrevista referia-se ao fato de Tarso ter criado o piso dos professores, prometido pagá-lo aos professores e não ter cumprido a promessa. O petista, por outro lado, afirmou que o adversário “tentou remendar dizendo que fazia uma crítica a mim”.

No terceiro e último bloco, os candidatos apresentaram suas considerações finais. Primeiro a falar, Tarso pediu aos eleitores uma nova oportunidade para continuar o trabalho iniciado no primeiro mandato.

— Ainda temos muito a fazer aqui no Estado. Estou pedindo outra oportunidade, como teve o Sartori, lá em Caxias — disse o petista, referindo-se ao fato de o adversário ter sido eleito prefeito de Caxias do Sul em dois mandatos consecutivos.

Por fim, o peemedebista afirmou que pretende repetir no governo do Estado a estratégia de gestão utilizada em Caxias, quando foi assessorado por uma boa equipe, que o ajudou a obter bons resultados na gestão municipal.

— Bom administrador não é o que promete, mas o que sabe fazer. Estou preparado, tenho experiência e sei como fazer — garantiu Sartori.




Corrupção, segurança e dívida do Estado: o último debate em seis momentos. José Ivo Sartori (PMDB) e Tarso Genro (PT) se enfrentaram em programa transmitido pela RBS TV nesta quinta-feira



Tarso Genro e José Ivo Sartori se enfrentaram pela última vez nesta quinta-feira, na RBS TV Foto: Marcelo Oliveira / Agencia RBS


O último debate entre José Ivo Sartori (PMDB) e Tarso Genro (PT) seguiu o roteiro protagonizado pelos candidatos em seus outros encontros: acusações, provocações e discussão de temas como finanças públicas, segurança e corrupção.

Nos pouco mais de 50 minutos de programa, transmitido na noite desta quinta-feira pela RBS TV, o ex-prefeito de Caxias mostrou-se mais incisivo nos ataques a Tarso e focou em propostas, enquanto o atual governador do Estado abordou polêmicas envolvendo Sartori nas últimas semanas e pediu um voto de confiança.

Confira como foi o último debate entre Sartori e Tarso em seis momentos:

1. Peemedebista fala em caixa preta nas finanças

O último debate se iniciou com um tema recorrente na campanha: o controle das finanças públicas. Tarso questionou Sartori sobre quais despesas o peemedebista pretende cortar em um eventual governo, uma vez que os principais investimentos são destinados a saúde, educação e segurança.

O ex-prefeito de Caxias alegou não ter ainda conhecimento sobre a situação financeira do Estado e cobrou do petista resposta a um pedido de informação enviado pela Assembleia Legislativa sobre o destino dos valores dos depósitos judiciais, dos financiamentos e do caixa único.

– Até hoje, isso não foi respondido. Não é possível dizer qualquer coisa sobre isso porque existe uma caixa preta, que só será aberta, na medida em que, quando ganharmos, se fizer um levantamento de tudo – afirmou Sartori.

– Esses dados são públicos. Qualquer pessoa pode consultar, entrando no site da Secretaria da Fazenda, olhando os balanços que o governo apresenta – rebateu Tarso, que acusou o adversário de não responder a pergunta por ser adepto de uma política de arrocho salarial.

Sartori insistiu que as informações não estão disponíveis nos sites oficiais e citou afirmação do secretário da Fazenda, Odir Tonollier, de que o Estado poderá ter dificuldade de pagar a folha.

2. Adversários tentam agradar aos servidores

Em relação ao custo da folha de pagamento, Sartori perguntou a Tarso como ele trataria os servidores em um eventual segundo mandato. Tarso disse que, ao assumir, encontrou todos os setores do Estado em “arrocho salarial brutal”. Destacou que a folha não pode ser considerada um gasto público, mas um investimento no fator humano, e voltou a cobrar clareza do adversário nas propostas:

– Quando pergunto a Sartori o que ele vai cortar, ele nunca diz. Mas a visão do governo que ele sempre teve foi de um pesado arrocho sobre os servidores, o que levou a máquina pública à beira do sucateamento e agora estamos recuperando com salário digno. É uma crítica que faço ao método de governo do PMDB, partido de Sartori que governou com o PSDB.

O peemedebista aproveitou para se dirigir aos professores, pedindo desculpas por uma brincadeira feita por ele ao tratar do piso da categoria.

3. Petista acusa adversário de omitir suas propostas

Sartori deu sequência ao tema econômico em sua primeira pergunta, questionando por que o governador não buscou antes, em 12 anos de gestão do PT, a renegociação da dívida com a União.

– Proporcionei esta renegociação, que vai ser votada em novembro, que os governos do PMDB e do PSDB que me antecederam não tiveram coragem nem determinação para fazer – respondeu Tarso.

O petista afirmou que a divergência é quanto à solução para resolver o problema financeiro. O candidato à reeleição sustentou que é preciso sair da crise crescendo, proporcionando atração de investimento para o Estado, e classificou a proposta do peemedebista de “recessiva”.

Sartori afirmou que Tarso prometeu em 2002 que iria renegociar a dívida e não o fez, mesmo tendo sido ministro em diversas pastas do governo federal desde a primeira gestão de Lula. O ex-prefeito também acusou o petista de endividar o Estado “mais do que todos os outros governadores”.

– Continua atirando as coisas para o passado. A culpa sempre é dos outros. Tarso está sempre certo. E sabemos que as estradas estão mal, têm filas na saúde, a educação estagnou e a violência está crescendo – criticou Sartori.

Tarso disse que Sartori é “omisso” e não apresenta propostas para um eventual governo.

4. Rivais discutem repasses para saúde e hospitais

Tarso foi questionado por Sartori sobre saúde, um dos principais alvos de preocupação dos eleitores, segundo pesquisas de opinião.

O candidato à reeleição afirmou que não foi possível cumprir todo o programa no primeiro mandato porque depende de uma articulação dos municípios e do Estado com a União.

O governador disse que pretende complementar a construção das unidades de pronto atendimento (UPAs) e comparou investimentos do seu governo em hospitais filantrópicos (R$ 1,9 bilhão) com o governo anterior (R$ 416 milhões).

Na réplica, Sartori lembrou a construção de pronto-atendimento 24 horas quando era prefeito em Caxias do Sul, com recursos próprios, além da criação de programas sociais que diminuíram a mortalidade feminina e infantil. Tarso ressaltou a importância do Mais Médicos no RS.

5. Tarso destaca ações de combate à corrupção

Sartori questionou Tarso sobre corrupção, citando as manifestações de 2013, o mensalão, as denúncias de fraude em contratos da Petrobras e as recentes revelações sobre um suposto esquema de desvios em financiamentos do Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

– Na questão da corrupção aqui no RS, as notícias mais importantes não são recentes, são do governo passado – provocou Tarso, que em seguida citou a criação em seu governo do Departamento Geral de Controle e Combate à Corrupção (Degecor), premiado pela ONU.

Sartori ressaltou que a primeira medida para combater à corrupção é o planejamento e o controle sobre todos os gastos públicos e, na sequência, foi incisivo ao questionar o adversário:

– A Dilma fala que o PT ajudou a combater a corrupção. Gostaria de perguntar ao Tarso como é que ele sente vendo seus colegas e companheiros antigos do PT sendo denunciados e presos por desviarem dinheiro dos contribuintes – perguntou.

– Da mesma forma que o senhor, presumo, se sente quando vê os seus companheiros de partido sendo processados e condenados aqui no Rio Grande do Sul, desta feita no governo do Estado – rebateu o petista, que afirmou ter feito “o mais duro combate à corrupção no país” enquanto foi ministro da Justiça.

6. Sartori ressalta avanço da segurança em Caxias

Incitado por Tarso a opinar sobre o programa de policiamento comunitário, Sartori disse que o projeto é uma medida que sempre ajuda, mas logo tratou de criticar a situação da segurança no Estado.

– Ouvi uma notícia de que a criminalidade aumentou em 33%. O senhor e a senhora que estão nos vendo em casa sabem do que estou falando, sobre o medo e a insegurança.

Sartori citou a cidade em que foi prefeito por dois mandatos como exemplo. Caxias do Sul, conforme o peemedebista, foi o primeiro município gaúcho a receber o programa de policiamento comunitário.

Na réplica, o governador tratou de ressaltar conquistas do mandato na área da segurança pública. Disse que aumentou a elucidação de casos de homicídios e que está fazendo a desativação do Presídio Central de Porto Alegre:

– Estamos resolvendo uma chaga histórica.​

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

TARSO APOSTA EM LULA E NOS ÚLTIMOS DEBATES



ZH 20 de outubro de 2014 | N° 17958


ELEIÇÕES 2014 A ESTRATÉGIA FINAL


Adversário será cobrado por pedir cheque em branco ao não detalhar plano de governoNa última semana de campanha, o candidato Tarso Genro (PT) apostará na influência do ex-presidente Lula e aproveitará os debates finais para intensificar as críticas contra o que considera falta de propostas do adversário na corrida ao Palácio Piratini. A estratégia será elevar o tom das cobranças à postura de José Ivo Sartori (PMDB).

O presidente estadual do PT, Ary Vanazzi, confirmou que Lula deverá participar de uma caminhada na quarta-feira, no centro de Porto Alegre..

Antes de obter o reforço de Lula, Tarso fará a derradeira incursão por outros municípios. Hoje e amanhã, visitará Sarandi, Passo Fundo, Carazinho, Santo Ângelo e Santa Rosa, na Metade Norte. Promoverá carreatas, caminhadas, encontros com prefeitos e líderes comunitários e reuniões com apoiadores do PDT e aliados.

No restante da semana, Tarso se concentrará na Região Metropolitana, onde Sartori levou vantagem no primeiro turno. Mas a vitrina para tentar reverter a eleição serão os debates. O último é o de quinta, na RBS TV. Com a avaliação de que o programa do PMDB é superficial, os petistas esperam questioná-lo sobre a ausência de posição em relação a temas essenciais.

– Queremos discutir as questões de programa de governo. Nosso adversário não tem apresentado nada. A população tem o direito de saber – diz Vanazzi.

DEPUTADOS ELEITOS FORAM MOBILIZADOS

O plano é insistir na tese de que Sartori, ao não expor suas propostas, deseja “um cheque em branco”. Integrantes do núcleo petista ressaltam, por exemplo, que o peemedebista sequer cita “meio ambiente” ou “esporte” na sua plataforma, e que só tem uma frase sobre a agricultura, dizendo que pretende fortalecê-la. Para o coordenador da campanha do PT, Carlos Pestana, a maior dificuldade é “desconstituir o vazio”, já que Sartori evita o confronto e apresenta ideias genéricas.

Como o primeiro turno foi marcado por surpresas – a derrocada de Ana Amélia e de Marina Silva, mais os erros das pesquisas de opinião –, os petistas torcem para que a maré vire desta vez a favor de Tarso. O discurso para tentar mobilizar a militância é de que tudo pode ser decidido nos últimos dias. Deputados eleitos foram convocados a liderar as campanhas em suas regiões. Material específico foi distribuído para as nove áreas em que o Estado foi mapeado.

DESCONSTRUÇÃO



ZH 20 de outubro de 2014 | N° 17958


PAULO BROSSARD




Desde os tempos de estudante até vestir a toga, participei da atividade política. Vi e senti duas ditaduras, uma guerra mundial, o restabelecimento da democracia e ainda agora o espetáculo das eleições. Ou porque os partidos extintos e refeitos ainda não preencheram sua real finalidade, ou por outra causa, personagens novos, sem voto ou responsabilidade partidária, ganharam importância na cena política, cuja contribuição não foi a desejável para aprimoramento do Estado democrático. Atuando no horário eleitoral, os denominados “marqueteiros”, hoje, ocupam o espaço dos antigos líderes partidários.

A propaganda política faz com que os candidatos compulsoriamente, pelo rádio ou pela TV, entrem nos lares das pessoas, para levar sua mensagem. Em tese isso seria benéfico, mas o mau uso está deturpando os bons propósitos.

Assim como Orwell profeticamente previra, uma nova língua tem surgido para mudar o sentido das palavras. Corrupção foi apelidada de “malfeito”. Eis que surge outra novidade, a “desconstrução”, consistente na repetição sistemática de falsidades contra determinado candidato, para reduzir sua aceitação junto ao eleitorado.

O candidato não usa o nobre espaço que lhe é dado para expor suas ideias ou difundir seus méritos, o tempo é usado para denegrir e injuriar o adversário, tudo feito com talento e arte dos tais propagandistas, que se envaidecem com o processo de “desconstrução”. O nome é original, mas a conduta é criminosa.

É um ultraje alguém entrar na sala de visitas de alguém, sem ser convidado, e lá estando postar-se a dizer inverdades e calúnias em relação a outrem. Nunca pensei que, passado tanto tempo, veríamos a democracia ser “desconstruída” de forma tão explícita e deprimente, nem que a política chegasse a esse ponto.

Mas há um dado que, com desconstrução ou sem ela, enche o plenário atual da nação. É a escolha do presidente da República. Entre os dois mais votados no primeiro turno, um deverá ser escolhido. Aécio Neves ou Dilma Rousseff, que pleiteia a reeleição (pois, por indicação do presidente Luiz Inácio, veio a ser eleita presidente do país). Ambos são definitivos e inalteráveis, salvo em caso de morte ou renúncia. Em tais termos, a este cenário assaz restrito, a escolha do presidente está enterreirada.

Ainda neste mês, no domingo, 26, os brasileiros darão o voto decisivo e irrevogável. Espero que o escolhido esteja à altura dos vastos encargos a enfrentar.

Jurista, ministro aposentado do STF

TARDE DEMAIS, SENHORES MINISTROS



ZERO HORA 20 de outubro de 2014 | N° 17958


POLÍTICA + | Rosane de Oliveira

Com Juliano Rodrigues



Agora que a campanha eleitoral está se aproximando do final, o Tribunal Superior Eleitoral resolveu exigir respeito dos candidatos Dilma Rousseff e Aécio Neves. A decisão chega tarde: a eleição é no próximo domingo e, mesmo que cada propaganda agressiva seja retirada do ar, ela já cumpriu seu papel de desqualificar o adversário.

O debate do SBT, que ultrapassou todos os limites em matéria de agressividade, fez o presidente do TSE, Dias Toffoli, rever a posição passiva adotada até então. A campanha de cada candidato editou o debate de forma a mostrar as fraquezas do oponente. O TSE não gostou, e vários comerciais dos dois candidatos foram proibidos nos últimos três dias. Agora, Dilma não pode insinuar que Aécio estava bêbado ou drogado quando se recusou a soprar o bafômetro numa blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro. Aécio não pode dizer que o irmão de Dilma, Igor Rousseff, foi contratado pela prefeitura de Belo Horizonte, mas nunca apareceu para trabalhar.

O TSE pode arbitrar o que é aceitável ou não na propaganda, mas não tem como impedir que nos debates os candidatos se ataquem. Dilma e Aécio têm falado mais de passado do que de futuro.

É evidente que Aécio vai continuar falando da Petrobras, porque sabe que os desvios denunciados por Paulo Roberto Costa desgastam Dilma, embora possam respingar no PSDB por conta de um suposto pagamento de propina a Sérgio Guerra, que não está aqui para se defender. Também é evidente que Dilma vai lembrar os escândalos da época do governo Fernando Henrique Cardoso, como compra de votos para a reeleição, Sivam e Pasta Rosa, Alstom e mensalão tucano, casos em que ninguém foi punido.

O risco que Aécio e Dilma correm ao persistir na política do ataque é o de ampliar a aversão dos eleitores à política, com o aumento da abstenção e dos votos brancos e nulos. No primeiro turno, 38,7 milhões de eleitores não escolheram candidato.


DE OLHO NO RIO GRANDE




Empatado com a presidente Dilma Rousseff no Rio Grande do Sul, segundo as pesquisas, Aécio Neves incluiu o Estado na agenda do final de campanha para tentar repetir as vitórias dos candidatos tucanos no segundo turno de 2006 e 2010.

Dilma fez 113.860 votos a mais do que Aécio no Estado. Em Porto Alegre, o tucano ganhou da presidente por 15.288 votos.

Aliado a Ana Amélia Lemos, Aécio fez 1,3 milhão de votos a mais do que a senadora no Rio Grande do Sul no primeiro turno. No segundo, ganhou o apoio de José Ivo Sartori e do senador eleito Lasier Martins, do PDT.

Seguindo a orientação do partido, Lasier não gravou propaganda para Aécio nem participou do ato político que lotou a quadra da Escola de Samba Império da Zona Norte, mas teve um encontro reservado de 10 minutos com o candidato.

De acordo com o relato de Lasier, Aécio se comprometeu com a mudança no indexador da dívida dos Estados, como prevê o projeto que está no Senado, e admitiu estudar a redução da parcela paga mensalmente, de 13% para 11% da receita líquida. No encontro com Sartori, Aécio também acenou com a renegociação da dívida.

Resultados frustram PP

O PP só vai fazer o balanço da eleição depois do segundo turno, mas uma comparação dos números de 2014 com os de 2010 mostra que a candidatura própria ao governo do Estado não foi um grande negócio.

Em 2010, o PP apoiou Yeda Crusius (PSDB) e a coligação fez 1.317.848 votos para deputado federal. Elegeu seis do PP e um do PSDB. Neste ano, a aliança PP-PSDB-PRB fez 46.099 votos a mais e elegeu os mesmos sete deputados (cinco do PP, um do PSDB e um do PRB).

A legenda do PP fez 49.541 votos em 2010 e 55.539 neste ano com toda a badalação do número 11 na campanha majoritária.

A META DO PP ERA AUMENTAR A BANCADA ESTADUAL DE SETE PARA 10 DEPUTADOS E A FEDERAL DE SEIS PARA SETE.

Menos votos no número 11

Na eleição para deputado estadual, o PP teve 13.378 votos a menos na legenda neste ano do que em 2010, quando Ana Amélia Lemos disputou uma cadeira no Senado e venceu.

Em 2010, os votos nos candidatos do PP somaram 785.486. Neste ano, 830.495.

O partido elegeu os mesmos sete deputados de 2010, mas passou a ser a quarta força na Assembleia, perdendo para o PT, o PMDB e o PDT.

Único deputado federal eleito pelo PSDB no Rio Grande do Sul, Nelson Marchezan é o tucano gaúcho mais próximo de Aécio Neves, mas não deve integrar o ministério se o senador for eleito. O primeiro suplente na coligação da qual o PSDB participa é José Otávio Germano, do PP.

PONTO DE VISTA

Eleito deputado federal, Pompeo de Mattos avalia que, apesar da votação inexpressiva de Vieira da Cunha, o PDT “foi o grande vencedor do primeiro turno”.

Os argumentos de Pompeo: manteve a bancada federal, com três deputados eleitos; ampliou a representação na Assembleia pela primeira vez desde 1990, passando de sete para oito deputados estaduais, e, pela primeira vez na sua história, elegeu um senador (Lasier Martins).

Só no blog

Com razão, leitores de ZH e ouvintes da Rádio Gaúcha me escrevem questionando o uso de um trecho de comentário meu na propaganda eleitoral de Tarso Genro. Esclareço que não autorizei o uso do meu nome na propaganda de quem quer que seja.

Leia nota de esclarecimento completa em www.zerohora.com/blogdarosane.

SARTORI DEVE DETALHAR PROPOSTAS PARA SAÚDE, SEGURANÇA E EDUCAÇÃO




ZERO HORA 20 de outubro de 2014 | N° 17958

ELEIÇÕES 2014. A ESTRATÉGIA FINAL

Sartori deve adotar postura mais ofensiva


Foco da semana será detalhar as propostas em áreas como saúde, segurança e educação. Mobilizações em grandes cidades do Interior e da Região Metropolitana, detalhamento de propostas nas propagandas de TV e rádio e apresentação de lista com promessas de campanha feitas em 2010 por Tarso Genro e descumpridas ao longo do mandato.

Essa é a estratégia de José Ivo Sartori (PMDB) para manter a dianteira na disputa eleitoral e conquistar o mandato de governador no próximo domingo.

A equipe do candidato peemedebista abrirá a última semana de campanha reagindo de forma mais enérgica aos ataques do PT. O entendimento é de que Tarso também deve ser pressionado e ter sua estratégia confrontada. A primeira providência é detalhar mais na propaganda eleitoral as propostas de Sartori, com foco em cinco eixos: saúde, educação, segurança, infraestrutura e renegociação da dívida.

O marqueteiro da campanha, Marcos Martinelli, diz que a intenção é entrar no detalhe:

– Primeiro, Tarso disse que Sartori não tinha plano de governo. Depois, ele passou a criticar o plano de governo. Ou seja, já admitiu que existe. Agora, ele está copiando as propostas do Sartori, como a ideia de alongar a dívida com a União e diminuir o valor das parcelas para sobrar mais dinheiro para investimento.

CANDIDATO COBRARÁ MAIS DE 40 PROMESSAS

A ideia é rotular Tarso como o candidato das promessas descumpridas. Martinelli assegura que são mais de 40 propostas apresentadas em 2010 e negligenciadas ao longo do mandato.

Na TV, serão exibidos novos depoimentos, já gravados, de Aécio Neves e Marina Silva.

As agendas de campanha serão focadas nas grandes cidades. Hoje Sartori vai a Caxias e amanhã fará um intensivo na Zona Sul e Fronteira Oeste. Os peemedebistas consideram fundamental afirmar compromissos com a Zona Sul porque, segundo eles, a campanha de Tarso estaria “espalhando boatos de que o PMDB abandonará a região”. Ainda amanhã, um dos maiores atos da campanha ocorrerá a partir das 18h, com uma caminhada entre a Praça Argentina e o Largo Glênio Peres, em Porto Alegre. O comitê pluripartidário definiu que fará campanha reforçada em bairros populares, onde ele perdeu no primeiro turno. Entre eles, Cruzeiro, Lomba do Pinheiro, Rubem Berta e Restinga.

SARTORI CRITICA DESCUMPRIMENTO DE PROMESSAS E TARSO COBRA PROPOSTAS

ZH  19/10/2014

Candidatos repetiram, na Record, as estratégias de embates anteriores



Candidatos fizeram o quinto debate do segundo turno Foto: Diego Vara / Agencia RBS

O debate entre os candidatos ao governo do Estado que disputam o segundo turno na noite deste domingo, na Rede Record, foi marcado pela cobrança. Tarso Genro (PT) exigiu propostas do adversário, enquanto José Ivo Sartori (PMDB) lembrou as promessas de 2010 ainda não cumpridas pelo oponente.

1º bloco

No primeiro bloco, os candidatos tiveram um minuto para saudar os telespectadores e depois responderam uma pergunta feita pelo mediador, André Haar.

O primeiro foi Tarso, que destacou avanços do Rio Grande do Sul em questões de emprego e renda durante seu mandato. Sartori agradeceu a população que lhe colocou no segundo turno e disse se apresentar ao debate para discutir propostas para "um novo jeito de governar, plural e democrático".

A pergunta dirigida pelo mediador aos dois candidatos foi por que não votariam um no outro. Tarso disse que seu oponente representa um projeto diferente do PT, que tem uma visão participativa, com mecanismos de consulta popular. Sartori disse que não votaria em Tarso porque "a sociedade está pedindo mudança".

A quebra de protocolo do debate ficou por conta de uma mosca que entrou no estúdio. Um funcionário matou o inseto com uma toalha, causando risadas entre o público presente no estúdio, que aplaudiu a iniciativa.

Num dos intervalos, uma mosca descontraiu candidatos e assessores
Foto: Diego Vara



2º bloco

No segundo bloco, os candidatos fizeram quatro perguntas entre si.

O primeiro a perguntar foi Sartori, que questionou Tarso sobre a dívida pública do Estado. Tarso disse o projeto de renegociação em discussão no Congresso baixará em R$ 15 bilhões a dívida do Rio Grande do Sul, o que tornou possível fazer mais investimentos. Concluiu dizendo que a dívida atual foi herança do PMDB e que Sartori apoiou os termos de renegociação do governo Britto como líder do partido na Assembleia. Sartori disse que a arrecadação do Estado foi muito maior no governo Tarso, mas mesmo assim a dívida continua alta.

– Está provado que endividamento sobre endividamento não dá sustentação para o Estado investir – disse Sartori.

Ao responder o petista, Sartori disse vai dar continuidade ao programa Saúde da Família. Tarso falou que o oponente apenas "diz que vai dar continuidade a programas, mas não diz como vai fazer" e afirmou que o programa de Saúde da Família prometido por Sartori tem um custo impraticável.

Como em outros debates, disse que o oponente não responde a suas perguntas:

– Parece que sequer leu o seu programa de governo.

Sartori respondeu:

– Tarso sempre vem com alguma coisa do plano de governo para fazer uma pegadinha.

A outra pergunta de Sartori a Tarso foi sobre segurança. Citou baixos salários dos servidores e a situação do Presídio Central. O governador mencionou programas como a Patrulha Maria da Penha, o crescimento na apreensão de drogas pela polícia e o aumento na taxa de elucidação de homicídios. Sartori disse que é preciso cobrar do governo federal mais investimentos em segurança e prometeu policiamento comunitário e valorização dos servidores.

Na pergunta seguinte, Tarso retomou a deixa que o adversário havia deixado na questão sobre saúde:

– O senhor acha que é pegadinha fazer pergunta sobre o programa de governo. Pode fazer sobre o meu. Pegadinha não é.

Tarso disse que não encontrou a política para mulheres do oponente. Sartori respondeu que as políticas para mulheres estão em melhores programas de saúde, emprego e segurança e que daria continuidade a políticas como a Patrulha Maria da Penha. Na réplica, Tarso disse que Sartori desconhece a estrutura do governo e que não sabe da existência de uma secretaria da mulher, e voltou a alfinetar o adversário:

– Se é para dizer que vai dar continuidade a tudo que está se fazendo, não precisa debate, é só assinar embaixo do nosso programa.

Sartori disse que muitas políticas do governo Tarso não foram executadas adequadamente.

Sartori perguntou sobre a regionalização da saúde. Tarso disse que o programa Mais Médicos foi ampliado no Estado, assim como as equipes de saúde da família, e falou sobre investimentos em hospitais públicos e filantrópicos, que receberam três vezes mais recursos que no governo anterior, citou a construção de novos hospitais e disse que em breve o RS será o Estado com maior número de leitos públicos por habitante.

Tarso perguntou que projetos Sartori tem para a metade sul do Estado. O peemedebista disse que a região passa por uma mudança bastante grande e recupera que a primeira mudança no Porto de Rio Grande aconteceu no governo Brito, que havia atraído investimentos de empresas para lá:

– Mas depois o PT rejeitou esses investimentos – ponderou.

Além do porto, Sartori falou também da importância do agronegócio na região. Tarso destacou o apoio que os governos do PT na esfera federal deram ao Porto e, novamente, alfinetou o oponente, que apoia o PSDB para a presidência:

– Aécio não conhece o Rio Grande do Sul e não dá a mínima bola para o Rio Grande do Sul.

Na última pergunta do segundo bloco a seu adversário, o peemedebista abordou a situação das estradas. Tarso atribuiu as más condições das rodovias às concessões feitas nos governos anteriores, que tinham manutenção "muito superficial". Citou investimentos do governo federal no Estado em obras como a BR-448.

A última pergunta de Tarso foi sobre propostas para a área do esporte. O governador disse que o programa do Sartori não tem uma linha sobre esportes e lembra que no seu governo foi criada a Secretaria de Esportes. Sartori disse que é necessário começar pelos jogos escolares, por meio de um trabalho em conjunto com as prefeituras, e que era necessário pensar em alternativas para a terceira idade também, como forma de convivência.



3º bloco

No terceiro bloco, cada candidato respondeu a três perguntas feitas por jornalistas do Grupo Record. Após, o outro candidato podia comentar a resposta do adversário.

A primeira questão foi da TV Record para Sartori, sobre segurança. O candidato do PMDB disse que pretende colocar mais policiais nas ruas e voltou a citar a valorização dos servidores. Disse que teve oportunidade de ir a Israel e conhecer o sistema de monitoramento daquele país. Citou o policiamento comunitário implantado em Caxias do Sul, quando era prefeito. Tarso disse que foram feitas melhorias no seu governo, como o aumento da elucidação dos homicídios e mencionou a desativação do Central.

Tarso também foi questionado sobre segurança. Disse que a situação do Rio Grande do Sul não está boa, mas está melhor do que em outros Estados, como Santa Catarina e Paraná. Repetiu que houve avanços e desafiou a perguntar para a Polícia Civil e a Brigada Militar o que eles pensam do tratamento técnico e da política salarial do seu governo em relação aos anteriores. Sartori refutou a comparação com outros Estados.

A segunda pergunta foi da Rádio Guaíba. Juremir Machado questionou o posicionamento da propaganda de Sartori, "meu partido é o Rio Grande", pergunta se não seria propaganda enganosa evitar se posicionar. O ex-prefeito de Caxias defendeu que seu estilo de fazer política, desde o grêmio estudantil, tem base no convívio e na participação, e acredita que é possível agregar.

Tarso disse que o oponente não quer falar do passado e também não é claro sobre o futuro. Afirmou que o passado o condena, porque nos governos do PMDB o Estado foi mal nas questões sociais e no emprego:

– É por isso que ele não se compromete.

Para Tarso, Juremir perguntou sobre o piso do magistério. O petista assinou o projeto quando era Ministro da Educação e prometeu pagar o piso quando se tornou governador. Tarso explicou a dificuldade do Estado em pagar o piso com base no Fundeb e disse que foi concedido o maior aumento da história do magistério no seu governo. Sartori destacou que esta é mais uma promessa não cumprida pelo PT.

A terceira a perguntar foi a jornalista Taline Oppitz, do Correio do Povo. Ela questionou a Sartori se ele se sente constrangido de defender outros governos do PMDB. O peemedebista disse que são épocas diferentes. Falou que, quando Tarso assumiu o governo, ele disse que conversava com todos os partidos, menos com o PMDB, e que não entende esse rancor do adversário com seu partido. Citou ainda que o PT está junto com o PMDB no governo federal. Tarso disse que não tem raiva do PMDB, que inclusive teve secretários do partido em seu governo.

– Quem tem raiva do PMDB, pelo visto é o senhor, que não apoia o candidato do seu partido à Presidência – retrucou Tarso.

Ao questionar Tarso, Taline lembrou que, em encontro com jornalistas, ele disse que não haveria outra possibilidade de renegociação da dívida em 1998, no governo Britto, medida que tem sido criticada durante a campanha. Tarso disse que o PMDB aceitou passivamente a Lei Kandir, que, segundo ele, prejudica o Estado, e que, na verdade, aquela política foi a única permitida por Fernando Henrique. Lembrou que o governador de Minas Gerais tentou resistir, mas não teve apoio do Rio Grande do Sul.

4º bloco

O último bloco foi destinado às considerações finais dos candidatos.

Tarso agradeceu os votos no primeiro turno e voltou a reforçar que tem um "programa de governo concreto".

Sartori lembrou que os gaúchos ajudaram a construir outros Estados e disse que agora "chegou a hora de olhar para nós mesmos".

O próximo debate ocorre na quarta-feira, na Rádio Guaíba.

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DEBATE AECIO X DILMA REDUZ ATAQUES E DISCUTE CORRUPÇÃO

ZH 20/10/2014

Aécio e Dilma mudam estratégia e reduzem ataques em debate. Apesar do tom mais ameno, candidatos voltaram a discutir corrupção



Corrupção e programas sociais dominaram as discussões entre os dois candidatos Foto: Alex Silva / Estadão Conteúdo


Os candidatos à Presidência da República Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) voltaram a trocar acusações no debate transmitido pela TV Record na noite deste domingo, mas em tom mais comedido do que no encontro anterior. A corrupção na Petrobras permeou as discussões em diversos momentos no primeiro bloco do debate, que transitou também por temas como segurança, saúde, inflação e distribuição de renda.

No debate deste domingo, os ânimos acaloraram um pouco mais quando Aécio perguntou a Dilma se ela ainda confiava no tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção da Petrobras, já que a candidata à reeleição reconheceu publicamente que houve desvios na estatal.

— Eu sei que há indícios de desvio de dinheiro, eu não sei quanto foi e quem foi. A parte que o senhor tinha de complementar é que eu disse que iria investigar assim que o MP (Ministério Público) e o STF (Supremo Tribunal Federal) divulgassem suas conclusões. O senhor não respondeu onde estão os corruptos dos trens e do metrô. Sou a favor da punição, doa a quem doer — disse Dilma.


A candidata do PT lembrou que Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, também teria recebido propina para esvaziar a CPI da Petrobras e disse que os tucanos engavetaram 271 processos de investigação de corrupção.

O primeiro bloco terminou com pergunta de Aécio a Dilma sobre saúde pública. A exemplo de debates anteriores, a candidata voltou a mencionar que, quando Aécio era governador de Minas Gerais, o Estado investiu menos do que mínimo constitucional na área da saúde. Aécio desmentiu, dizendo que o Tribunal de Contas do Estado mostrou que o Estado cumpriu o exigido. O tucano citou que o montante investido por Minas foi o mesmo que o Rio Grande do Sul, no governo Tarso Genro, do mesmo partido de Dilma, e aproveitou para mandar um abraço a Sartori (PMDB), candidato ao governo gaúcho que apoia a candidatura do tucano à Presidência.

Como em embates anteriores, os candidatos voltaram a discutir sobre a autoria de programas sociais.

— Programas que melhorem a vida das pessoas devem continuar. Não temos que ter a preocupação de sermos donos de determinados programas, os programas são dos brasileiros — disse o tucano, dirigindo-se a Dilma.

2º bloco

A corrupção na Petrobras e os programas sociais voltaram a ser os principais temas no segundo bloco.

Aécio começou dizendo que Dilma finalmente reconheceu que houve desvios na estatal e questionou se o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, vai continuar na função e no Conselho da Usina de Itaipu após ser citado nas denúncias do ex-diretor Paulo Roberto Costa.

– O senhor confia nele – perguntou.

Dilma respondeu perguntando a Aécio se ele confiava que, segundo as mesmas fontes que acusam Vaccari, o então presidente do PSDB, Sérgio Guerra, morto em março deste ano, havia recebido propina para travar uma CPI sobre a Petrobras em 2009. "

– Na última vez que denunciaram pessoas do seu partido sobre o cartel do Metrô, o senhor disse não acreditar em delatores. Eu faço diferente. Eu preciso saber quem foi e quanto recebeu. parte sobre a qual o senhor deveria me cumprimentar é aquela em que disse que vou investigar – disse, voltando a citar os escândalos da Pasta Rosa, da compra de votos para a reeleição, do Sivam e do cartel de trens e do Metrô.

Na sequência, Aécio disse que Dilma não tomou providências para evitar os desvios na Petrobras e afirmou que se preocupa com a posição de Vaccari e a situação em outras empresas estatais.

– A senhora confia no seu tesoureiro. Fico preocupado com o cargo dele em Itaipu, onde ele tem um crachá e livre trânsito. Faltou governança no seu mandato – afirmou.

Em resposta, Dilma retoma a argumentação de que, no governo de FHC, as investigações eram engavetadas.

– Eu não faço isso (engavetar), candidato, eu investigo. Eu não transfiro nenhum delegado – disse.

Aécio disse, então, que o Brasil tem instituições que investigam. Segundo ele, se não houve prisões, como no caso do mensalão petista, é porque não houve provas:

– O que não pode é a senhora achar que a denúncia é verdadeira quando envolve meu partido e não quando envolve dinheiro para campanha de Gleisi Hoffmann. Faltou gestão. Isso é consequência da forma como as pessoas são nomeadas.

Aécio sugere autoritarismo na fala de Dilma sobre as investigações:

– Triste o país onde o presidente manda investigar, como em algumas ditaduras que o seu governo apoia. Quem investiga são as instituições. Por que não seu tomou essa decisão de demiti-lo antes?

Na sequência, Dilma afirmou que Aécio "adora fazer confusões que lhe beneficiam" e reiterou seu compromisso com a investigação e a demissão de Paulo Roberto Costa após assumir a Presidência da República.

A presidente Dilma Rousseff (PT) lembrou que o Brasil saiu do mapa da fome da ONU pela primeira vez e questionou o candidato Aécio Neves (PSDB) o que ele achava sobre o crescimento da classe média no Brasil durante os governos petistas.

Na resposta, Aécio afirmou "ter orgulho enorme" de ter participado "de um momento transformador da vida nacional". Segundo ele, as bases para a ampliação da classe média foram lançadas durante a administração tucana. "Quando votamos o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, contra a posição de seu partido, e quando criamos os programas de transferência de renda e vocês depois ampliaram", disse o tucano.

Aécio aproveitou a resposta para criticar a adversária.

– Desde a estabilidade da moeda, o Brasil vem melhorando, mas temos que nos preocupar com a superação da pobreza, e não com as estatísticas – disse, argumentando que há uma grave crise de credibilidade de instituições como Ipea e IBGE, responsáveis por divulgar dados sobre o Brasil.

Dilma diz a Aécio que o governo Fernando Henrique Cardoso gastou em oito anos com os programas sociais o que o "seu" governo gasta em dois meses. Ao responder, Aécio criticou a maneira como Dilma se referiu ao programa.

– Não é seu o Bolsa Família. Isso é terrorismo eleitoral – disse.

Ele argumentou que tentou aprovar um projeto para incluir o programa na Lei Orgânica de Assistência Social mas teve oposição do PT.

– Não diga que o Bolsa Família é seu. Havia o Bolsa Escola, Cadastro Único, Vale Gás, Vale Alimentação no governo FHC e daí nasceu o Vale Gás. Os programas são do povo brasileiro.

A qualidade da saúde foi outro tema do bloco. Aécio afirmou que os gastos com saúde diminuíram no governo Dilma e questionou o que é preciso para melhorar esse setor.

Na resposta, Dilma destacou a criação do Samu, o Mais Médicos e programas como o Brasil Cegonha e farmácia popular, além da destinação dos royalties do petróleo. A presidente aproveitou para criticar a gestão tucana em Minas Gerais.

– Ficou claro que o senhor não investiu o mínimo constitucional e desviou da saúde R$ 7,6 bilhões – afirmou, questionando o que o tucano faria com o Mais Médicos.

Aécio negou a informação sobre Minas e disse que seu partido queria aprovar a realização do Revalida para o Mais Médicos e equalizar os salários entre os médicos cubanos e os demais.


3º bloco

No terceiro bloco, Dilma começou citando programas como o ProUni e o Fies e perguntou a Aécio o que ele achava sobre a ampliação do acesso à universidade.

Na resposta, Aécio afirmou que, ao falar de educação, é preciso primeiro falar em creches.

– Não há nada que atenda mais a mulher hoje do que ter creche para deixar seus filhos – disse, argumentando o governo federal não entregou o que prometeu nessa área. –Proponho criar a Nova Escola Brasileira. Me orgulho de ter feito da escola mineira a melhor do Brasil", voltou a dizer o candidato.

Na réplica, Dilma afirmou que o governo do PSDB sucateou o Ensino Superior no Brasil, que o partido do adversário foi contra o ProUni e chegou a entrar na Justiça contra ele. Ela disse que as creches foram feitas em parceria com os municípios.

– Assim não é possível entender, se a senhora não consegue dizer – treplicou Aécio, enquanto Dilma mencionava, ao fundo, o programa ProUni. – Vamos entregar as creches que o governo não entregou – afirmou, emendando que Dilma também não cumpriu a promessa que fez na campanha de 2010 de desonerar empresas de saneamento básico.

Em sua pergunta, Aécio destacou o tema de infraestrutura e questionou o atraso para a entrega das obras iniciadas no governo da petista.

Na resposta, Dilma listou obras como a ferrovia norte-sul, a usina de Santo Antônio e a transposição do Rio São Francisco que, segundo ela, está "em pleno vapor".

– Investimos R$ 200 bilhões em infraestrutura. Se considerar energia, saneamento e recursos hídricos, nos meus quatro anos fiz o que vocês fizeram em oito. Esse é um dos motivos por não haver racionamento de energia – afirmou Dilma, destacando as linhas de transmissão que ligam o Norte do País às outras regiões.

Na réplica, Aécio voltou a afirmar que as obras não foram concluídas, criticou a falta de parceria público-privadas e destacou o sobrepreço. Na tréplica, Dilma citou sobrepreço em obra de Minas Gerais e rebateu a crítica sobre PPPs.

– Para quem tem como maior obra um centro administrativo em Minas Gerais, o senhor é bastante ousado. Essa história de não fazer PPP é uma lenda que vocês criaram. Financiamos a PPP que seu governo fez – afirmou.

Os candidatos fizeram suas considerações finais no quarto bloco do penúltimo debate da campanha. O embate final ocorrerá na sexta-feira, na Rede Globo.

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*Zero Hora, com agências