sábado, 25 de outubro de 2014

TUDO OU NADA NO ÚLTIMO DEBATE





 ZERO HORA 25 de outubro de 2014 | N° 17963


POLÍTICA + | Rosane de Oliveira



Do início ao fim, Dilma Rousseff e Aécio Neves mantiveram o pé alto no debate na Globo, especialmente nos blocos em que podiam fazer perguntas entre si. Como era previsível, Aécio começou questionando Dilma sobre a reportagem da revista Veja que trata da suposta afirmação do doleiro Alberto Youssef de que Dilma e Lula sabiam do esquema de corrupção na Petrobras. Dilma repetiu o que dissera à tarde na propaganda eleitoral: que é um golpe da revista Veja contra o PT.

O escândalo da Petrobras ficou restrito ao primeiro bloco, mas Aécio voltou ao tema do mensalão, cobrando de Dilma uma manifestação sobre os petistas condenados. Foi a deixa para Dilma resgatar os escândalos que teriam sido engavetados no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Dilma e Aécio foram repetitivos nas perguntas e nas respostas. Reprisaram os embates anteriores, em tom agressivo. Em vários momentos, Dilma se atrapalhou nas respostas e Aécio exibiu o sorriso debochado que foi alvo de críticas de especialistas em marketing em debates anteriores.

O debate cresceu quando as perguntas foram feitas por eleitores indecisos. Da plateia vieram perguntas sobre moradia, saneamento, sustentabilidade da Previdência diante do crescimento do número de aposentados e do aumento da expectativa de vida. Também foi uma indecisa quem perguntou sobre educação (antes, Dilma só tinha questionado Aécio sobre escolas técnicas).

Quem assistiu ao debate saiu com a impressão de que Aécio e Dilma falavam de países diferentes quando se referiam ao Brasil. Aécio traçou um quadro de terra arrasada, com baixo crescimento, inflação em alta, corrupção e obras inacabadas. Dilma falou do Brasil como um país que saiu do mapa da fome, ostenta níveis de emprego invejáveis, qualifica trabalhadores e investe em moradia.

Nem inferno, nem paraíso. O Brasil real tem problemas e tem avanços. Os candidatos parecem viver em outro mundo.


NAS CASAS DE APOSTAS

A disputa presidencial também está nas casas de apostas e tem Dilma Rousseff como favorita. Em uma delas, a vitória de Aécio Neves, que tinha cotação de 1.80 (a cada real colocado, o apostador ganharia R$ 0,80) na semana passada, agora paga 2.90 (equivale a R$ 1,90 a cada um real investido). Já quem apostar em Dilma ganharia, hoje, bem menos dinheiro. A cotação é de 1.30. Ou seja, a cada um real apostado, ganharia R$ 0,30.

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