segunda-feira, 27 de outubro de 2014

UNIÃO DE FORÇAS E UM GOVERNO PARA TODOS

 

ZERO HORA 27 de outubro de 2014 | N° 17965

CARLOS ROLLSING


NOS BRAÇOS DA MASSA

ELEITO COM 3,8 MILHÕES de votos, José Ivo Sartori (PMDB) conquista o Piratini com discurso de conciliação: Qualquer ajuda que vier será recebida de bom grado


Quando entrou pela porta lateral em uma sala do Hotel Embaixador, no centro de Porto Alegre, para conceder a primeira entrevista como governador eleito do Rio Grando do Sul, José Ivo Sartori (PMDB) estava sério. A expressão era sisuda, contrastava com a de alguém que tinha conquistado a vitória. Somente depois de receber cumprimentos e de ouvir a ovação da plateia, esboçou um sorriso.

Nas primeiras palavras, revelou o que seria a explicação para a sua aparente incredulidade diante da vitória sobre Tarso Genro (PT), com 61,21% dos votos válidos.

– Ainda não caiu a ficha – disse.

A manifestação seguiu o tradicional estilo de Sartori: singela, sem arroubos, promessas ou brilhantismos de oratória.

– Queremos fazer um governo simples, honesto e eficiente – resumiu, em meio a demorados agradecimentos aos líderes partidários e aos integrantes da campanha.

O peemedebista fez um aceno em favor da união das forças políticas. Sem entrar em detalhes, afirmou que mudanças precisam ser feitas. E garantiu que vai realizá-las com coragem. Nos bastidores, a renegociação da dívida com a União e a reforma da Previdência são citadas como questões mais urgentes.

– Como teremos dificuldades pela frente, qualquer ajuda que vier vamos aceitar de bom grado. Juntos, teremos condições de fazer essa caminhada – destacou.

A PARTIR DE QUARTA, RETIRO PÓS-ELEITORAL

Informado da reeleição de Dilma Rousseff (PT), Sartori, que apoiou Aécio Neves (PSDB), afirmou que manterá com a petista uma relação republicana, assim como “nos tempos da prefeitura de Caxias”.

O peemedebista afirmou que pretende iniciar a transição com o governo petista a partir da próxima semana. Anúncios para o secretariado, só depois do dia 15 de dezembro. Ele ainda assegurou que Tarso é o governador legítimo até 31 de dezembro. Sartori também comunicou que, a partir de quarta-feira, terá um “sumiço” por alguns dias para descansar. Ele não informou o local nem o tempo do seu retiro.

Entre os aliados, o clima era de euforia. Depois de duas eleições em que sequer foi ao segundo turno, o PMDB conquistou o governo do Estado pela quarta vez, revertendo um processo de encolhimento local do partido.

– Vai vigorar o conceito “meu partido é o Rio Grande”. Hoje, a postura do estadista está longe do partidarismo. Foi isso que o nosso adversário não entendeu – afirmou o ex-prefeito José Fogaça.

Não faltaram críticas ao PT.

– A larga vitória demonstrou que Tarso foi reprovado. O sentimento de mudança foi maior do que promessas requentadas – cutucou o presidente do PP, Celso Bernardi.

A noite de Sartori, que emocionou o senador Pedro Simon com uma homenagem e classificou a sua mãe como “protagonista” da campanha, terminou na Avenida João Pessoa, do alto de um caminhão de som, celebrando com aliados. O gringo vai descer a Serra rumo ao Piratini.

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