NOTÍCIAS TERRA, 08 de agosto de 2014 • 18h49 • atualizado às 18h57
Keka Werneck
Direto de Cuiabá (MT)
Mauro Iasi citou as origens da corporação para pedir seu fim
Keka Werneck
Direto de Cuiabá (MT)
Mauro Iasi citou as origens da corporação para pedir seu fim
Foto: Keka Werneck / Especial para Terra
Em passagem por Cuiabá (MT) nesta sexta-feira, o historiador Mauro Iasi, candidato a presidente da República pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), defendeu a extinção da Polícia Militar, que, na opinião dele, “produz um genocídio, principalmente de pretos e pobres no País”.
Na capital matogrossense fazendo campanha eleitoral, Iasi rechaçou o modelo da corporação e afirmou que o alto índice de homicídios e a criminalização das manifestações populares são exemplos de consequências de um sistema militar fora de controle.
“A Polícia Militar perdeu o controle da situação e 70% dos próprios integrantes da PM querem a desmilitarização da corporação. Mas nós vamos mais além e queremos é a extinção”, afirmou Iasi, que é professor de Sociologia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Segundo ele, a origem da PM é a guarda nacional, criada para reprimir escravos foragidos. “No período da ditadura, teve novamente um papel no combate aos chamados subversivos e agora, nas manifestações populares, tem agido de modo desproporcional”, explicou.
A violenta e discriminatória abordagem da PM, na opinião dele, é outro indicador de que “não dá mais”. O candidato contou um caso para ilustrar esse problema. “Um professor universitário conhecido meu, negro, estava pintando a própria casa, em um bairro de classe alta, e por isso vestia uma roupa suja, por causa do trabalho que estava fazendo. Parou para descansar na varanda, quando um carro da PM passou e viu a cena. O professor foi preso, levado para a delegacia, porque não acreditaram nele quando disse que morava ali."
O historiador admite que dentro da corporação possam ter profissionais que atuam com responsabilidade. “Mas mesmo em cima desses, a corporação exerce uma pressão muito perversa e eles são obrigados a se adequar ou acabam doentes ou expulsos."
Para reencaminhar os quadros de concursados da corporação, o professor entende que deveriam migrar para a Polícia Civil. Embora o policiamento militar seja uma atribuição dos Estados, Iasi acredita que o governo federal tem a responsabilidade de sugerir aos governadores que tomem essa atitude.
O formato da PM, para o candidato, se sustenta em um tripé falido: endurecimento das penas, repressão e encarceramento. “Esta é uma escolha errada, segurança não se garante dessa forma. Se você entrar nas favelas, vai sentir que a população não quer mais esse tipo de policiamento."
Uma parte da população brasileira, no entanto, pede mais policiamento. “É uma visão conservadora e preocupante, porque é possível compreender como a PM age, mas jamais justificar e manter.”
A extinção da PM é uma das propostas que o candidato tem levado às cidades. O programa dele segue cinco eixos: desmercantilização da vida e a estatização de serviços básicos, incluindo moradia; reversão das privatizações, baseando-se nas irregularidades dos processos de venda; criação de condições políticas para efetivar mudanças reais, através da democracia real e do exercício direto do poder popular; ampliação da garantia de direitos, principalmente dos mais ofendidos, como negros, mulheres, homossexuais, trabalhadores escravizados e outros segmentos desfavorecidos; e observar a dimensão internacional do Brasil e suas relações exteriores no contexto mundial.
Mauro Iasi fará palestra na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) nesta sexta-feira, às 19h, sobre as últimas mobilizações sociais no Brasil. “Uma bomba relógio que explodiu em 2013”, diz ele. “O transporte foi só o nervo mais exposto”, considerou, se referindo ao movimento “não é pelos 20 centavos”.
Sobre os manifestantes mascarados, disse que “ainda que a gente discorde da prática black blocs, não defendemos a criminalização deles, porque tememos que eles sejam na verdade uma janela para criminalizar os movimentos sociais como um todo”.
O candidato afirma que não se incomoda com o baixo índice de intenção de votos que tem e acredita que possa aproveitar esse período eleitoral para propor o debate sobre “temas ausentes”.
Em passagem por Cuiabá (MT) nesta sexta-feira, o historiador Mauro Iasi, candidato a presidente da República pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), defendeu a extinção da Polícia Militar, que, na opinião dele, “produz um genocídio, principalmente de pretos e pobres no País”.
Na capital matogrossense fazendo campanha eleitoral, Iasi rechaçou o modelo da corporação e afirmou que o alto índice de homicídios e a criminalização das manifestações populares são exemplos de consequências de um sistema militar fora de controle.
“A Polícia Militar perdeu o controle da situação e 70% dos próprios integrantes da PM querem a desmilitarização da corporação. Mas nós vamos mais além e queremos é a extinção”, afirmou Iasi, que é professor de Sociologia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Segundo ele, a origem da PM é a guarda nacional, criada para reprimir escravos foragidos. “No período da ditadura, teve novamente um papel no combate aos chamados subversivos e agora, nas manifestações populares, tem agido de modo desproporcional”, explicou.
A violenta e discriminatória abordagem da PM, na opinião dele, é outro indicador de que “não dá mais”. O candidato contou um caso para ilustrar esse problema. “Um professor universitário conhecido meu, negro, estava pintando a própria casa, em um bairro de classe alta, e por isso vestia uma roupa suja, por causa do trabalho que estava fazendo. Parou para descansar na varanda, quando um carro da PM passou e viu a cena. O professor foi preso, levado para a delegacia, porque não acreditaram nele quando disse que morava ali."
O historiador admite que dentro da corporação possam ter profissionais que atuam com responsabilidade. “Mas mesmo em cima desses, a corporação exerce uma pressão muito perversa e eles são obrigados a se adequar ou acabam doentes ou expulsos."
Para reencaminhar os quadros de concursados da corporação, o professor entende que deveriam migrar para a Polícia Civil. Embora o policiamento militar seja uma atribuição dos Estados, Iasi acredita que o governo federal tem a responsabilidade de sugerir aos governadores que tomem essa atitude.
O formato da PM, para o candidato, se sustenta em um tripé falido: endurecimento das penas, repressão e encarceramento. “Esta é uma escolha errada, segurança não se garante dessa forma. Se você entrar nas favelas, vai sentir que a população não quer mais esse tipo de policiamento."
Uma parte da população brasileira, no entanto, pede mais policiamento. “É uma visão conservadora e preocupante, porque é possível compreender como a PM age, mas jamais justificar e manter.”
A extinção da PM é uma das propostas que o candidato tem levado às cidades. O programa dele segue cinco eixos: desmercantilização da vida e a estatização de serviços básicos, incluindo moradia; reversão das privatizações, baseando-se nas irregularidades dos processos de venda; criação de condições políticas para efetivar mudanças reais, através da democracia real e do exercício direto do poder popular; ampliação da garantia de direitos, principalmente dos mais ofendidos, como negros, mulheres, homossexuais, trabalhadores escravizados e outros segmentos desfavorecidos; e observar a dimensão internacional do Brasil e suas relações exteriores no contexto mundial.
Mauro Iasi fará palestra na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) nesta sexta-feira, às 19h, sobre as últimas mobilizações sociais no Brasil. “Uma bomba relógio que explodiu em 2013”, diz ele. “O transporte foi só o nervo mais exposto”, considerou, se referindo ao movimento “não é pelos 20 centavos”.
Sobre os manifestantes mascarados, disse que “ainda que a gente discorde da prática black blocs, não defendemos a criminalização deles, porque tememos que eles sejam na verdade uma janela para criminalizar os movimentos sociais como um todo”.
O candidato afirma que não se incomoda com o baixo índice de intenção de votos que tem e acredita que possa aproveitar esse período eleitoral para propor o debate sobre “temas ausentes”.
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