CORREIO DO POVO 29/09/2014 08:39
Os planos dos candidatos ao governo do RS para a educação. Série do Correio do Povo mostra principais propostas para a área
O Correio do Povo publica a partir de desta segunfa-feira as principais propostas dos candidatos ao governo do Estado sobre três dos maiores problemas enfrentados pela população gaúcha. O primeiro deles é a educação, considerado pela sociedade brasileira como tema prioritário para que o Estado alicerce com bases sólidas o desenvolvimento nas próximas décadas.
Os dados são grandiosos: pelo último Censo Escolar de 2013, estão sob responsabilidade do Estado mais de 1,05 milhão de alunos, 2.572 escolas, das quais 27 escolas técnicas agrícolas, 80 mil professores e mais de 20 mil servidores e gestores de escolas da rede estadual. Além disso, sobre os ombros do futuro governador está a busca de uma solução para o pagamento integral do Piso Salarial do Magistério, cujo passivo hoje ultrapassaria a casa dos R$ 4 bilhões.
Tarso Genro
A divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) atesta a evolução da qualidade do ensino público gaúcho. O Rio Grande do Sul atingiu o melhor nível dos últimos nove anos e, no ensino médio, saltamos do 11º para o 2º lugar entre os estados do Brasil. Extinguimos as escolas de lata, criadas no governo anterior, e já realizamos 2 mil reformas em colégios públicos.
A valorização dos professores continuará sendo prioridade em nosso próximo governo. Concedemos um reajuste histórico para a categoria neste primeiro período, de 76,68%, dos quais 50% acima da inflação e garantimos que nenhum professor receba menos que o piso nacional no Estado. Realizamos dois concursos públicos para o magistério, após sete anos, e chegaremos a dezembro tendo nomeado 12,3 mil professores. Daremos continuidade à essa política, destinando recursos de antecipação dos royalties do Pré-Sal para o pagamento do piso do magistério.
Ana Amélia
O último levantamento do Índice de Desempenho da Educação Básica (Ideb) mostrou que não temos muito a comemorar quanto à educação pública do Estado, uma vez que as metas estabelecidas para os anos finais dos ensinos fundamental e médio não foram atingidas. O quadro adverso só melhorará com uma mudança na educação, com um conjunto de propostas visando promover a melhoria efetiva da qualidade da escola pública no RS, que já foi referência e hoje está em posições secundárias.
Quanto ao piso do magistério, deixamos claro, no recente encontro com a direção do Cpers, que nosso compromisso é fazer um grande esforço, economizando em áreas não essenciais, para poder honrar o que é direito dos professores.
Humberto Carvalho
Nacionalmente, o PCB propõe uma educação pública gratuita e universalizada desde o pré-primário até a universidade. A educação não deve mais ser mercantilizada, visando satisfazer as necessidades das empresas privadas, como está ocorrendo hoje, e, sim, ser proposta como um direito da população, visando atender às necessidades do país e do Estado.
Toda verba pública destinada à educação será aplicada no ensino público, exclusivamente. Com escolas de tempo integral, implantaremos uma educação integral, que habilite os nossos jovens ao exercício das profissões que escolherem, mas, também, forme cidadãos conscientes e responsáveis pelo futuro do país e do Estado. É preciso modificar a jornada de trabalho dos professores, que, hoje, precisam de dois ou mais contratos para sobreviver. Pagaremos o piso dos professores e o dinheiro para tanto virá da revisão dos benefícios fiscais, que só favorecem as empresas.
José Ivo Sartori
A educação é um importante caminho para a promoção da igualdade e para ampliar as oportunidades de sucesso e de crescimento pessoal de cada indivíduo. O sistema estadual de ensino é a maior das instituições do setor público gaúcho. Em nosso governo, educação será tema prioritário.
E dois problemas têm de ser enfrentados. O primeiro é de natureza política, o desentendimento entre lideranças sindicais do magistério e o governo. O segundo diz respeito à melhoria da qualidade do ensino. Para as questões de natureza política, deve-se estabelecer um amplo diálogo, que busque formar consensos. Entendemos que o conflito precisa ser superado pela criação de um novo ambiente na educação gaúcha. O cumprimento do piso do magistério será tema prioritário.
Roberto Robaina
Somos a única candidatura que defende o pagamento do piso nacional do magistério sem alteração no plano de carreira dos professores e diz como irá fazer isso. Nós temos uma proposta clara: auditar a dívida do Estado com a União, suspender seus pagamentos e destinar esses recursos ao que realmente interessa ao povo. Somente neste ano, serão R$ 3,2 bilhões que deixarão de ser investidos em saúde e em educação.
Com esses recursos, poderemos pagar o piso dos professores. Defendemos que o plano de carreira só deve ser modificado nos termos em que a própria categoria determinar. Não podemos repetir o que ocorre em outros estados, que estraçalharam os planos de carreira dos professores para dizerem que pagam o piso.
Vieira da Cunha
Sou do PDT de Leonel Brizola, o governador que construiu mais de 6 mil escolas no Rio Grande do Sul. Educação será a nossa prioridade das prioridades. O tempo de permanência da criança na escola está diretamente associado à qualidade da educação. Por isso, nós vamos resgatar os Cieps, fazendo do ensino de turno integral o pilar de desenvolvimento social do Estado.
Nas escolas, vamos investir em infraestrutura adequada e na atualização sistemática dos professores durante o ano letivo. O professor tem que ser valorizado e bem remunerado. Retiraremos a ação judicial do Estado contra a Lei do Piso, e faremos o possível e o impossível para pagá-lo. Inclusive, na Câmara, entrei com projeto que altera o art. 4
Edison Estivalete
Vamos recuperar os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) e os Centros de Atenção Integral à Criança (Caics) para educação e assistência integral às crianças. A ideia é firmar convênios com todos os municípios para que as crianças sejam atendidas desde o maternal, passando pelo jardim e ensino fundamental completo.
O ensino médio deve ser ampliado para que os alunos tenham cursos profissionalizantes e preparação para formação de tecnólogo, através da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). Para atingir esse nível, é preciso utilizar os recursos oriundos do Pré-Sal para pagar o piso nacional do magistério em todos os níveis, remunerar adequadamente os servidores das escolas, reformar os prédios e garantir material didático, a fim de que os alunos tenham uma educação de qualidade e permaneçam todo o dia dentro da escola, num verdadeiro ambiente familiar.
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