ZERO HORA 12 de outubro de 2013 | N° 17581
EDITORIAIS
Depois de 16 anos de promessas de governantes e políticos sem que o projeto tenha saído do papel, o metrô de Porto Alegre volta ao discurso eleitoral agora com o respaldo da presidente Dilma Rousseff, do governador Tarso Genro e do prefeito José Fortunati, com a perspectiva de que as obras se iniciem em 2014. O anúncio, prometido para hoje, envolve recursos num total de R$ 4,8 bilhões, rateados entre as três instâncias governamentais, e um investidor privado ainda a ser definido. É, portanto, com justificada desconfiança que os gaúchos recebem a nova promessa, mas também com a esperança de que um empreendimento tão necessário para desafogar o transporte de passageiros na Capital saia finalmente dos discursos eleitorais para a realidade.
As razões para encarar o anúncio com ressalvas são óbvias, e vão além da particularidade de a confirmação do acordo, quase inviabilizado na última hora por divergências de pontos de vista entre representantes das três instâncias da federação, ocorrer às vésperas do início de mais uma campanha eleitoral. Desde 1997, quando chegou a ser concebido com um total de 20 quilômetros, o projeto enfrenta idas e vindas, tanto no que diz respeito ao trajeto quanto aos valores orçados. Antes de encurtar para os atuais 10,3 quilômetros, o empreendimento chegou a ser projetado com 15 quilômetros. O detalhe é que, mesmo mais curto e mais simples, o projeto se mostra cada vez mais caro. Esse contraste expõe a fragilidade das finanças da Capital e do Estado, que, mesmo com o aporte federal a fundo perdido, precisarão recorrer a empréstimos para garantir suas contrapartidas.
Em compensação, sobram motivos para expectativas em relação à obra. A Capital e o Estado levaram tempo demais para se convencer da necessidade de se mobilizarem pela diversificação das alternativas de transporte urbano. O fato de as negociações terem, finalmente, começado a andar mais rápido se deve pelo menos em parte à pressão das mobilizações de rua, que elegeram a mobilidade como uma de suas bandeiras. Apesar do custo elevado e de sua complexidade, o metrô é uma alternativa que não pode ser desconsiderada. Além de ser um meio moderno e ágil de locomoção, que não degrada o meio ambiente e é eficaz para desafogar o trânsito.
O metrô, que volta a figurar como uma alternativa de transporte público na capital dos gaúchos, desafia agora a capacidade gerencial dos governantes. Cabe à sociedade acompanhar, daqui para a frente, até que ponto os responsáveis pelo empreendimento serão capazes de contornar problemas de planejamento que, até agora, mantiveram esse sonho no papel.
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Depois de 16 anos de promessas de governantes e políticos sem que o projeto tenha saído do papel, o metrô de Porto Alegre volta ao discurso eleitoral agora com o respaldo da presidente Dilma Rousseff, do governador Tarso Genro e do prefeito José Fortunati, com a perspectiva de que as obras se iniciem em 2014. O anúncio, prometido para hoje, envolve recursos num total de R$ 4,8 bilhões, rateados entre as três instâncias governamentais, e um investidor privado ainda a ser definido. É, portanto, com justificada desconfiança que os gaúchos recebem a nova promessa, mas também com a esperança de que um empreendimento tão necessário para desafogar o transporte de passageiros na Capital saia finalmente dos discursos eleitorais para a realidade.
As razões para encarar o anúncio com ressalvas são óbvias, e vão além da particularidade de a confirmação do acordo, quase inviabilizado na última hora por divergências de pontos de vista entre representantes das três instâncias da federação, ocorrer às vésperas do início de mais uma campanha eleitoral. Desde 1997, quando chegou a ser concebido com um total de 20 quilômetros, o projeto enfrenta idas e vindas, tanto no que diz respeito ao trajeto quanto aos valores orçados. Antes de encurtar para os atuais 10,3 quilômetros, o empreendimento chegou a ser projetado com 15 quilômetros. O detalhe é que, mesmo mais curto e mais simples, o projeto se mostra cada vez mais caro. Esse contraste expõe a fragilidade das finanças da Capital e do Estado, que, mesmo com o aporte federal a fundo perdido, precisarão recorrer a empréstimos para garantir suas contrapartidas.
Em compensação, sobram motivos para expectativas em relação à obra. A Capital e o Estado levaram tempo demais para se convencer da necessidade de se mobilizarem pela diversificação das alternativas de transporte urbano. O fato de as negociações terem, finalmente, começado a andar mais rápido se deve pelo menos em parte à pressão das mobilizações de rua, que elegeram a mobilidade como uma de suas bandeiras. Apesar do custo elevado e de sua complexidade, o metrô é uma alternativa que não pode ser desconsiderada. Além de ser um meio moderno e ágil de locomoção, que não degrada o meio ambiente e é eficaz para desafogar o trânsito.
O metrô, que volta a figurar como uma alternativa de transporte público na capital dos gaúchos, desafia agora a capacidade gerencial dos governantes. Cabe à sociedade acompanhar, daqui para a frente, até que ponto os responsáveis pelo empreendimento serão capazes de contornar problemas de planejamento que, até agora, mantiveram esse sonho no papel.
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